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Mito ou verdade? Afirmações sobre o câncer de mama

Só as mulheres com histórico familiar fazem parte do grupo de risco do câncer de mama. Antitranspirante pode causar a doença. Mamografia previne o câncer. Essas e outras afirmações são constantemente – e amplamente – divulgadas para a população. O problema é que algumas delas não passam de mitos e, ao invés de colaborar para que as mulheres se previnam, acabam por desinformá-las. E o pior: afastá-las da chance de curar a doença.

Em alusão ao Dia Mundial de Prevenção do Câncer, celebrado na quinta-feira, 8 de abril, quem esclarece algumas das informações que circulam por aí é o médico mastologista do Hospital Amaral Carvalho de Jaú, dr. José Roberto Fígaro Caldeira, responsável também pelos Programas de Prevenção do Câncer da instituição. Confira:

MITO OU VERDADE?

A mutilação é sempre inevitável. (MITO)

Quanto mais precocemente se realiza o diagnóstico de um tumor, mais inicial é o seu desenvolvimento, portanto maior a probabilidade de preservação do órgão acometido.

A retirada preventiva da mama impede o surgimento de tumores. (REALIDADE EM TERMOS)

A chamada mastectomia redutora de riscos diminui em aproximadamente 90% a chance de desenvolver tumor, não sendo possível atingir 100%, pois o tecido mamário remanescente permanece junto ao subcutâneo da pele que reveste a mama,  e pode, portanto desenvolver tumor neste tecido residual. Tal técnica deve ser individualizada a cada paciente, indicada principalmente nas mulheres de alto risco (jovens, com mutação nos genes BRCA1 e BRCA2)

Os cabelos nem sempre caem com a quimioterapia. (REALIDADE)

Depende dos agentes quimioterápicos utilizados para cada caso.

O estresse causa câncer de mama. (MITO)

Até o presente momento não há comprovação científica de estresse causando câncer mamário.

Com relação aos riscos, consumir bebida alcoólica não é tão perigoso quanto fumar. (MITO)

O câncer de mama tem seu risco aumentado e é diretamente proporcional à dose digerida de bebida alcoólica, principalmente os destilados.

O câncer de mama é a maior causa de mortalidade feminina no país. (REALIDADE)

Se pensarmos em causa de morte proveniente de câncer, é a principal. Perde somente para as doenças cardiovasculares.

Uma pancada forte na mama pode desencadear o processo que leva ao câncer. (MITO)

Não há comprovação científica entre trauma e início de câncer mamário.

Só as mulheres com histórico familiar fazem parte do grupo de risco. (MITO)

Com histórico familiar, principalmente as descendentes diretas e colaterais, que sentem um maior risco (duas vezes mais), porém as pacientes que tiveram a menarca precoce (antes dos 10 anos); menopausa tardia (após 55 anos); nuliparas (mulheres sem filhos); 1ª gravidez após os 30 anos; uso de terapia de reposição hormonal prolongada, também são consideradas pacientes de risco.

Nódulos nas mamas predispõem ao câncer. (MITO)

Os nódulos podem ser císticos (bexiga d’água) ou sólidos. Felizmente a imensa maioria dos nódulos mamários são de etiologia benigna, porém tem que esclarecer e investigar, assim que perceber qualquer nódulo mamário.

A mamografia previne a doença. (MITO)

A mamografia não previne, ela detecta a doença em já instalada, em sua fase inicial. Porém com o diagnóstico precoce, detectado pela mamografia e/ou ultrassonografia, propicia maior chance de cura.

Desodorante antitranspirante causa câncer de mama. (MITO)

Não existe o menor fundamento científico em tal afirmativa.

Pró-Mama atende mais de 70 mulheres por mês em Jaú

O Pró-Mama, Programa de Prevenção do Câncer de Mama do Hospital Amaral Carvalho, atende em média 70 pacientes por mês entre os casos novos e retornos. As ações desenvolvidas são direcionadas principalmente à prevenção primária e secundária e visam à orientação quanto ao melhor hábito de vida, incluindo atividade física e alimentação saudável. O objetivo é reduzir ao máximo o risco de desenvolver o câncer mamário.

“Estas ações são principalmente desenvolvidas em eventos que ocorrem no município de Jaú, com a distribuição de folders educativos, chamando a atenção de como se prevenir da melhor maneira possível contra o câncer de mama. Outra importante ação desenvolvida é a prevenção secundária, com a realização de mamografias e ultrassonografia mamárias conforme suas indicações. Nos casos de pacientes consideradas de risco pelo modelo de Gail, além do acompanhamento médico, a paciente recebe também o acompanhamento psicológico por profissional especializado para este fim”, explica dr. Caldeira.

E não é só o Programa de Prevenção do Câncer de Mama que vem atingindo seus objetivos. Graças ao trabalho realizado por todos aos programas de prevenção do Hospital Amaral Carvalho (mama, colo do útero, melanoma, próstata e boca) o número de casos de câncer avançados vem sendo reduzido de forma significativa. “Estamos cada vez mais alcançando o paciente enquanto a doença ainda está na fase inicial e é passível de cura. A prevenção ainda é o melhor caminho”, conclui dr. Caldeira.

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Alerta marca o dia mundial da Hemofilia

Federação Brasileira de Hemofilia realiza evento em São Paulo para conscientizar a sociedade brasileira sobre as consequências da doença

São Paulo, 15 de abril de 2010 – Comemorado no dia 17 de abril, o Dia Mundial da Hemofilia será lembrado pela Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) com um encontro nacional dos líderes de associações de pacientes para discutir a situação atual da hemofilia no Brasil e as perspectivas para o futuro. O evento acontece em São Paulo, no próximo dia 16.

Coordenado pela presidente da FBH, Tania Maria Onzi Pietrobelli, o encontro tem o objetivo conscientizar a população para as dificuldades geradas pela doença e chamar a atenção das autoridades em saúde para a necessidade de oferecer tratamento adequado aos pacientes.

Na ocasião, a vice-presidente médica da federação, responsável pelo atendimento multidisciplinar do Hemocentro do Mato Grosso, em Cuiabá, Dra. Sylvia Thomas, apresentará o panorama sobre a doença no Brasil. Já o hematologista da Unidade de Hemofilia da Unicamp (Universidade de Campinas), Dr. Erich de Paula, abordará questões sobre o tratamento da doença no país e novas terapias.

A Federação Brasileira de Hemofilia atua em conjunto com a Federação Mundial de Hemofilia (WHF), que definiu para este ano o tema “Tratamento para todos e as muitas faces dos problemas de coagulação”.
Serviço:

Encontro Nacional sobre Hemofilia

Data: 16/04 – sexta-feira

Horário: 16 horas

Local: Hotel Ibis Congonhas – São Paulo

Endereço: Rua Baronesa de Bela Vista, 801

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FAQ Sobre Depressão

Constantemente temos acesso a notícias sobre depressão, uma doença que já acomete cerca de 121 milhões* de pessoas no mundo inteiro. Mas afinal, todos os pontos estão claros? O psiquiatra professor da Unifesp Dr. Acioly Lacerda responde 10 questões sobre a síndrome que, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), é a quarta causa global de incapacidade e deve ser a segunda até o ano de 2020*.

1. O que é depressão?

A depressão é uma doença complexa que afeta corpo e mente e manifesta-se por sintomas emocionais e físicos. Conhecida também como Transtorno Depressivo Maior (TDM), é caracterizada por sinais que interferem na habilidade para trabalhar, estudar, comer, dormir e apreciar atividades antes agradáveis.

2. Tristeza é sinônimo de depressão?

Não. Tristeza isolada não é depressão, apenas um sentimento universal, assim com ansiedade. Logo, não é necessariamente patológico, fazendo parte da experiência psíquica normal.

3. Quais são as causas da depressão?

As causas da depressão ainda são desconhecidas. A teoria neuroquímica é a mais aceita e sugere que uma disfunção no sistema nervoso central é a responsável pela doença. A diminuição dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina no sistema nervoso central são os responsáveis tanto pelo aparecimento dos sintomas emocionais quanto físicos da depressão.

4. Quais são os principais sintomas?

A depressão se manifesta por sintomas emocionais e físicos. Os principais são:

Sintomas emocionais: tristeza, perda de interesse, ansiedade, angústia, desesperança, estresse, culpa, perda da libido, dificuldade de raciocínio, indecisão, baixa auto-estima, alterações no sono, ideação suicida, entre outros;

Sintomas físicos: baixa energia, alterações no sono, dores inexplicáveis pelo corpo (sem causa clínica definida), dor de cabeça, alterações no apetite, alterações gastrintestinais, alterações psicomotoras, entre outras.

5. Quais sinais comprovam um quadro de depressão?

Para o indivíduo ser diagnosticado como deprimido, deve reunir pelo menos cinco dos sintomas acima, sendo que um deles tem que ser tristeza ou perda do interesse em atividades antes prazerosas, com duração mínima de duas semanas.

6. Ao notar os sintomas, qual profissional de saúde devo procurar?

Ao reconhecer ou desconfiar de um quadro depressivo é imprescindível procurar um médico psiquiatra, ele é o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar a depressão.

7. Todas as pessoas estão sujeitas a ter depressão?

Sim, porque existem diferentes motivos que predispõem à doença:

· fator genético – história familiar de depressão;

· estresse crônico – situações repetidas de estresse;

· perdas parentais precoces – morte de um dos genitores na infância;

· história de qualquer tipo de abuso na infância;

A depressão tem causas multifatoriais (fatores genéticos/biológicos e ambientais/ psicossociais) que sempre se somam para a determinação de uma apresentação clínica final. Nas mulheres, os períodos pré-menstrual, pós-parto e menopausa são de maior risco para desenvolver a doença também. Cerca de 17,5% da população apresentará pelo menos um episódio depressivo ao longo da vida.

8. Há uma faixa etária mais vulnerável à doença?

Sim. A maioria dos casos de depressão acomete indivíduos entre 20 e 40 anos de idade. Mas é importante dizer que a doença pode se iniciar em qualquer faixa etária, da infância à terceira idade.

9. Qual os melhores tratamentos?

A maioria (cerca de 2/3) dos pacientes com depressão apresenta dores persistentes combinadas com sintomas emocionais. Assim, a doença deve ser tratada através de psicoterapia e o uso de antidepressivo com dupla ação, como a duloxetina. Essa classe de medicamento age de forma equilibrada sobre a serotonina e a noradrenalina, combatendo os sintomas emocionais e físicos. É importante deixar claro que isso não é uma regra, portanto varia de acordo com o paciente e que a procura por ajuda médica é indispensável.

10. A depressão tem cura?

O objetivo central do tratamento da depressão é a remissão (melhora completa da sintomatologia depressiva). Como grande parte das doenças, há sempre um risco de, mesmo tratado corretamente, o paciente apresentar recaída no futuro (cerca de 80% das pessoas que apresentaram um episódio depressivo devem apresentar um ou mais episódios adicionais). A depressão, portanto, é, na maioria das vezes, uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão. Quando tratada adequadamente, o paciente leva uma vida absolutamente normal.

· 2 Murray CJL, Lopez AD, eds. The Global Burden of Disease; 1996

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Instituições podem oferecer pós-graduação sem chancela do MEC

– Empresas, hospitais ou grupo de negócios podem continuar com seus cursos como forma de qualificação para o mercado
O Ministério da Educação deve manter a resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) que termina com a chancela do governo federal para instituições que não sejam de ensino oferecerem pós-graduações lato sensu.
Na avaliação do ministério, nada impedirá que empresas, hospitais ou grupos de negócios continuem com seus cursos como forma de qualificação para o mercado, mas sem a chancela do MEC como certificado de qualidade. A exceção seria feita para as escolas de governo, como a Escola Paulista de Magistratura, a Superior do Ministério Público e a Escola Superior de Administração Fazendária do governo federal, entre outras.
“Tenho dúvidas se uma escola, especialmente de negócios, precisa da chancela do MEC. Esse é o pressuposto da decisão do conselho e eu acho que tem fundamento. Qual a diferença para uma escola de negócios? Muitas vezes, ela é certificada por uma instituição fora do País”, analisa a secretária de ensino superior, Maria Paula Dallari.
A secretaria apenas pediu ao CNE uma revisão da resolução para as escolas de governo porque avalia que, nesses casos, é importante o acompanhamento do ministério. “A minha postura – e a Sesu (Secretaria de Ensino Superior) pediu o reexame da questão pelo CNE – é que se preservasse as escolas de governo porque, para elas, é importante ter essa atividade estruturada e acompanhada pelo MEC. Deve vir um ajuste, mas ainda não recebemos a resolução final”, explicou.
Em setembro passado, o CNE aprovou a resolução e, desde então, está com o ministério para ser homologada. A proposta é que entidades como hospitais, fundações e institutos sejam proibidos de oferecer pós-graduação lato sensu com a chancela do MEC. A prerrogativa passaria a ser de instituições de ensino, como faculdades, centros universitários e universidades. Hoje, 150 entidades seriam atingidas. Entre elas, os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, além de escolas de negócios como FIA, Fipe, BSP e Dom Cabral. Os cursos poderiam continuar sendo oferecidos, mas não teriam um diploma de pós-graduação. A decisão final será do ministro Fernando Haddad.
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CFM divulga dados sobre a concentração de médicos no Brasil

  • Levantamento revela que a média nacional é de um médico para 578 habitantes.
  • A concentração em determinadas regiões desenvolvidas, no litoral e nas capitais é alta, em detrimento de vazios assistenciais nos municípios mais distantes e pobres.
  • O total de médicos cresce mais que o tamanho da população, em termos percentuais.
  • Na cidade de São Paulo, há um profissional para 239 habitantes (média superior à de países europeus).
  • No interior de Roraima, há um para 10.306 habitantes (média inferior à de nações africanas)
  • No período avaliado, se confirma a tendência de feminilização da Medicina, ou seja, o número total de mulheres que se gradua em Medicina já supera o de homens.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou dados sobre a concentração de médicos no território nacional. O levantamento mostra que o número de profissionais aptos a atuar cresce em ritmo mais acelerado do que o da população – mas a distribuição está longe de ser uniforme. O anúncio marcou a comemoração do Dia Mundial da Saúde.

O levantamento, inédito, aponta que o déficit de médicos no interior não significa a falta de profissionais no país. Dados coletados entre 2000 e 2009 apontam uma média nacional de um médico para grupo de 578 habitantes, índice próximo a países como dos Estados Unidos, que é de um para 411 pessoas.

O 1º secretário do CFM e responsável pela coleta das informações, Desiré Carlos Callegari, defende melhores políticas públicas para a interiorização do profissional. “Não adianta utilizar o mecanismo de revalidação automática do diploma para interiorizar o médico. Nada garante que este profissional não irá recorrer às capitais para se especializar”, aponta Desiré. O diretor também avalia como desnecessária a abertura indiscriminada das escolas médicas. O Brasil possui hoje 181 escolas médicas, sendo que, dessas, 100 foram instaladas na última década. “Observamos que a qualidade do ensino tem caído neste período”.

Aumento de profissionais

Entre 2000 e 2009, a quantidade de médicos aumentou 27% – de 260.216 para 330.825 (evolução histórica na Tabela 6). No mesmo intervalo de tempo, a população brasileira cresceu aproximadamente 12% – de 171.279.882 para 191.480.630, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, havia no país um médico para cada grupo de 658 habitantes; em 2009, a situação passou a ser de um médico para 578 habitantes.

O número de médicos não é o único indicador da adequação da oferta desses profissionais – para se fazer esse tipo de avaliação é preciso que se considerem variações regionais, sociais e econômicas. Mas o número é um indicador importante. Entre os países que possuem elevados índices de desenvolvimento humano (IDH), há menos habitantes por médico. A tendência é de que o IDH seja mais baixo nos países onde há mais habitantes por médico.

O levantamento do Conselho Federal de Medicina foi feito com base no endereço de correspondência informado pelos profissionais nos Conselhos Regionais de Medicina do país.

Entre as regiões, Norte e Nordeste têm menor concentração de médicos

A distribuição de médicos por habitantes é heterogênea no território nacional. Na região Norte, há um  médico para cada grupo de 1.130 habitantes (Tabela 1). São 13.582 profissionais aptos a atuar, registrados primariamente em conselhos de medicina da região. Já na região Sul, são 509 habitantes por médico.

A região Sudeste concentra 42% da população do país e 55% dos médicos. São 439 habitantes por profissional. No Centro-Oeste, há um médico para cada grupo de 590 habitantes. No Nordeste, um para cada grupo de 894. Em São Paulo estão concentrados 30% dos médicos; o estado abriga 21% da população brasileira.

Se consideradas as inscrições primárias e secundárias efetuadas em conselhos de medicina da região Norte, por exemplo, o número de habitantes por médico passa a ser de 1.000; na região Sul, também consideradas ambos os grupos de inscrição, são 476 habitantes por médico. A inscrição primária é o primeiro registro feito pelo médico em um conselho regional, a secundária é o registro que o médico faz em outros conselhos (diferentes que o daquele de origem) permitindo sua atuação profissional naquela unidade da federação.

Para Desiré Callegari, o médico não precisa “ganhar muito, precisa ser valorizado e ter condições de trabalho”. Para isso, defende como política de interiorização eficaz a criação de uma carreira de Estado para os profissionais e a implantação de planos de cargos, carreiras e vencimentos.

O CFM também considera fundamental que a estrutura e os recursos tecnológicos da saúde sejam aperfeiçoados, principalmente no interior dos estados. “Não dá para fazer medicina sem investimento. O médico precisa ao menos de uma estrutura básica para atender adequadamente a população”, ressaltou Desiré.

Em algumas localidades, índices são europeus

A capital do estado de São Paulo possui um médico para cada grupo de 239 habitantes, média superior à de países que possuem altos índices de desenvolvido humano (Tabela 1). Alemanha, Bélgica e Suíça, por exemplo, possuem um médico em atividade para cada grupo de 285, 248 e 259 habitantes, respectivamente (Tabela 2).

Se considerada a densidade de médicos em todo o estado de São Paulo, a média é próxima da dos Estados Unidos: 413 habitantes por profissional em São Paulo; 411 por um nos Estados Unidos. No Distrito Federal, há um médico para 297 habitantes, melhor média entre as unidades da federação.

Em outras localidades, índices são africanos: no interior do Amazonas há um médico para cada grupo de 8.944 habitantes; em Roraima, um para 10.306

O acesso a profissionais da medicina é ainda mais desigual quando comparados os números de capitais e regiões do interior (Tabela 3). De acordo com dados extraídos do Sistema Integrado de Entidades Médicas em março de 2010, há no estado do Acre 575 médicos aptos a atuar – 74% (427) deles residem na capital, Rio Branco, cidade que conta com um médico para cada grupo de 716 habitantes; os outros 21 municípios do estado dividem entre si 119 médicos, o que resulta na média de um médico para 3.236 habitantes (Tabela 4).

Há casos de desigualdade ainda mais acentuada. No Amazonas, 88% (3.024) dos profissionais estão em Manaus, cidade que tem um médico para 574 habitantes. Os municípios do interior ficam com um médico para cada grupo de 8.944 habitantes. Em Roraima, são 10.306 habitantes por médico em cidades do interior. Há apenas 15 profissionais domiciliados fora da capital.

Na região Sudeste, a mais desenvolvida do país, a distribuição de médicos entre capitais e interiores é menos aguda. Em Minas Gerais, por exemplo, a média é de um médico para 587 habitantes; em Belo Horizonte, são 172 habitantes por médico; no interior, um para 926.

O estado de São Paulo registra um médico para 413 habitantes; a capital, um profissional para 239 pessoas; os municípios do interior do estado contam com um médico para cada grupo de 640 habitantes.

Número de mulheres é maior entre os novos profissionais

De 2000 a 2009, a proporção de profissionais do sexo feminino no universo de médicos registrados no Brasil subiu 4 pontos percentuais – de 35,5% para 39%, o que indica uma tendência de feminilização da profissão. Essa tendência fica mais evidente quando se comparam os ritmos de crescimento no universo de cada gênero: o número de médicas aumentou 39,8% no período; o de médicos, 20,1% (Tabelas 5 e 7).

CFM avalia que não faltam médicos no Brasil

A posição do Conselho Federal de Medicina diante das informações reveladas pelo levantamento é de que não há escassez de médicos no país. O que há, sim, é uma má distribuição dos profissionais pelo território nacional.

Para contornar essa situação, o CFM defende a adoção de eficazes políticas de interiorização do trabalho médico. A criação de uma carreira de Estado para os profissionais e a implantação de planos de cargos, carreiras e vencimentos são medidas defendidas pelo Conselho.

Além disso, o CFM considera fundamental que os sistemas de assistência à saúde sejam aperfeiçoados, principalmente no interior dos estados.

Tabela 1 – número de habitantes por médico, por unidades da federação e regiões, 2009

Unidade da

federação / região

População¹ Nº. de médicos (inscrição primária) Nº. de médicos

(inscrição secundária)

Nº. de habitantes por médico (apenas inscrições primárias)

Nº. de habitantes por médico (inscrições primárias e secundárias)

DF 2.606.885 8.762 1.135 297 263
GO 5.926.300 8.085 1.645 732 609
MS 2.360.498 3.458 380 682 615
MT 3.001.692 3.223 496 931 807
CENTRO-OESTE 13.895.375 23.528 3.656 590 511
SP 41.384.039 100.612 3.809 411 396
RJ 16.010.429 42.547 794 376 369
MG 20.033.665 34.324 2.570 583 543
ES 3.487.199 6.487 580 537 493
SUDESTE 80.915.332 183.970 7.753 439 422
SC 6.118.743 9.981 1.570 613 529
RS 10.914.128 24.601 625 443 432
PR 10.686.247 19.848 1.538 538 499
SUL 27.719.118 54.430 3.733 509 476
PE 8.810.256 11.678 786 754 706
RN 3.137.541 3.670 461 854 759
PB 3.769.977 4.255 516 886 790
CE 8.547.809 8.598 408 994 949
PI 3.145.325 2.710 188 1.160 1.085
SE 2.019.679 2.532 213 797 735
AL 3.156.108 3.525 212 895 844
BA 14.637.364 15.052 1.005 972 911
MA 6.367.138 3.295 798 1.932 1.555
NORDESTE 53.591.197 55.315 4.987 968 888
AM 3.393.369 3.571 244 950 889
RR 421.499 526 84 801 690
TO 1.292.051 1.301 448 933 738
AP 626.609 456 166 1.374 1.007
RO 1.503.928 1.427 241 1.053 901
AC 691.132 618 92 1.118 973
PA 7.431.020 5.683 489 1.307 1.203
NORTE 15.359.608 13.582 1.764 1.130 1.000

¹ Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, referentes a 2009.

² Dados do Conselho Federal de Medicina, referentes a 2009.

² Consideradas as inscrições primárias.

Tabela 2 – número de habitantes por médico, em países selecionados

Países

Número de habitantes por médico²

Desenvolvimento humano²

Alemanha¹ 285 Muito elevado ou

elevado

Suíça¹ 259
Bélgica¹ 248
Estados Unidos¹ 411
França¹ 296
México¹ 510
Dinamarca² 341
Chile² 917
Singapura² 714
Israel² 261
Cuba² 169
Suécia² 304
Uruguai² 273
Índia² 1.666 Médio
África do Sul² 1.298
Colômbia² 740
Bolívia² 819
Nigéria² 3.571 Baixo
Guiné-Bissau² 8.333
Angola² 12.600
Senegal² 16.666

¹ Dados da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), referentes a 2007. A OECD indica a situação de 30 países.

² Dados do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), referente a ano do período 2000-2004. O relatório indica a situação de 177 países.

Tabela 3 – distribuição de médicos entre capital e interior, 2010¹

Unidade da Federação

Nº. de médicos (inscrição primária), 2010 Capital

Quantitativo (%)

Interior

Quantitativo (%)

DF 8.643 4.824 55 3.142 36
GO 7.869 5.326 67 2.275 28
MS 3.387 2.097 61 1.201 35
MT 3.146 1.597 50 1.404 44
SP 99.209 46.112 46 47.390 47
RJ 54.068 35.791 66 16.406 30
MG 34.087 14.195 41 18.982 55
ES 6.393 3.098 48 3.181 49
SC 9.767 2.733 27 6.586 67
RS 23.868 11.378 47 11.598 48
PR 16.894 8.147 48 7.927 46
PE 11.633 8.038 69 2.504 21
RN 3.573 2.706 75 716 20
PB 4.147 2.592 62 1.440 34
CE 8.319 4.824 55 3.142 36
PI 2.629 2.025 77 539 20
SE 2.465 2.292 92 139 5
AL 3.505 3.012 85 403 11
BA² 14.960
MA 3.319 2.250 67 834 25
AM 3.431 2.250 67 834 25
RR 479 430 89 15 3
TO 1.222 408 33 660 54
AP 457 409 89 28 6
RO 1.265 634 50 583 46
AC 575 427 74 119 20
PA 5.544 4.181 75 1.167 21

¹ A soma de profissionais ativos na capital e no interior de determinado estado não alcança 100% das inscrições primárias. O número residual corresponde a profissionais com endereços desatualizados e residentes em outros estados.

² Na Bahia, os endereços dos profissionais registrados estão em fase de atualização cadastral.

Tabela 4 – proporção de médicos por habitantes por estado, 2010¹

Interior de

estados brasileiros

Número de habitantes por médico

Roraima 10.306
Acre 3.236
Amazonas 8.944
Amapá 9.290
Maranhão 6.437
Piauí 4.363

¹ População dos municípios de interior dividida por médicos residentes em municípios do interior.

Tabela 5 – distribuição de médicos, por gênero¹

2000

2009

Homens Mulheres Homens Mulheres

168.019 (64,5%)

92.197 (35,5%)

201.905 (61%)

128.920 (39%)

260.216

330.825

¹ O número de mulheres aumentou 39,8%, enquanto o de homens cresceu 20,1%, entre 2000 e 2009.

Fonte: CFM

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Confira os principais destaques do novo Código do Ética Médica

PACIENTES TERMINAIS

O médico deve evitar procedimentos desnecessários em pacientes terminais

(Cap. 5, Art. 41) Parágrafo único; (Cap. 1, XXII)

SEXAGEM

A escolha do sexo do bebê é vedada na reprodução assistida (Cap. 3, Art. 15)

LETRA LEGÍVEL

A receita e o atestado médico têm que ser legíveis e com identificação (Cap. 3, Art. 11)

SEGUNDA OPINIÃO

O paciente tem direito a uma segunda opinião e a ser encaminhado a outro médico

(Cap.5, Art. 39); (Cap. 7, Art. 52); (Cap. 7, Art.53)

PRONTUÁRIO MÉDICO

O paciente tem direito a cópia do prontuário médico (Cap. 10, Art. 85); (Cap. 10, Art. 87); (Cap. 10, Art. 89); (Cap. 10. Art. 90)

PARTICIPAÇÃO EM PROPAGANDA

O médico não pode participar de propaganda (Cap. 13, Art. 116)

SIGILO MÉDICO

O sigilo médico deve ser preservado, mesmo após a morte (Cap. 1, XI); (Cap.9, Art. 73.)

ABANDONO DE PACIENTE

O médico não pode abandonar o paciente (Cap. 5, art. 36)

ANÚNCIOS PROFISSIONAIS

É obrigatório incluir o número do CRM em anúncios (Cap.12, Art. 118)

APOIO À CATEGORIA

O médico deve apoiar os movimentos da categoria (Cap. 1, XV)

CONDIÇÕES DE TRABALHO

O médico pode recusar de exercer a medicina em locais inadequados (Cap.2, IV)

CONFLITO DE INTERESSES

O médico é obrigado a declarar conflitos de interesses (Cap. 12. Art. 109)

CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

O paciente precisa dar o consentimento (Cap. 4, Art. 22)

DENÚNCIA DE TORTURA

O médico é obrigado a denunciar prática de tortura ( Cap. 4, Art. 25.)

DESCONTOS E CONSÓRCIOS

O médico não pode estar vinculado a cartões de desconto e consórcios (Cap.8, Art. 72)

DIREITO DE ESCOLHA

O médico deve aceitar as escolhas dos pacientes (Cap. 1, XXI)

FALTA EM PLANTÃO

Abandonar o plantão é falta grave (Cap. 3, Art. 9º)

LIMITAÇÃO DE TRATAMENTO

Nada pode limitar o médico em definir o tratamento (Cap. 1, XVI)

MANIPULAÇÃO GENÉTICA

O médico não pode praticar a manipulação genética (Cap. 3, Art. 16); (Cap.1, XXV)

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

O paciente tem direito de decidir sobre métodos contraceptivos (Cap. 5, Art. 42)

RECEITA SEM EXAME

O médico não pode receitar sem ver o paciente (Cap. 5, Art. 37)

RELAÇÕES COM FARMÁCIAS

O médico não pode ter relação com comércio e farmácia (Cap. 8, Art. 69)

RESPONSABILIDADE

A responsabilidade médica é pessoal e não pode ser presumida (Cap. Art. 1º)

USO DE PLACEBO

É proibido usar placebo em pesquisa, quando há tratamento eficaz (Cap.12 Art. 106)

O Código de Ética passa a valer oficialmente no dia 13 de abril de 2010 e traz 14 capítulos e 118 artigos que tratam dos direitos dos pacientes e dos médicos, da responsabilidade profissional, relação com pacientes e familiares, doação e transplante de órgãos, relação entre médicos, sigilo profissional, prontuários, pesquisa e publicidade médica. O novo documento substitui o Código anterior, que estava em vigor desde 1988.

O novo Código de Ética Médica, além de levar em conta o progresso científico e a evolução da medicina, se posiciona sobre grandes temas éticos da atualidade que envolvem os transplantes de órgãos, os ensaios clínicos, os pacientes terminais, a reprodução assistida e a manipulação genética.

Fonte: CREMESP

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Presidente Obama consegue vencer a batalha sobre o sistema de saúde, e institui suas mudanças

A oposição já estava equiparando a disputa à batalha de Waterloo, símbolo da queda de Napoleão Bonaparte

Com as mudanças, a maioria dos americanos vai ser obrigada a contratar um seguro de saúde. O governo, no entanto, fornecerá subsídios aos indivíduos e famílias carentes. Estas famílias e pequenas empresas serão capazes de contratar a cobertura privada através de ferramentas conjuntas entre a iniciativa privada e o estado americano,

O projeto aumenta a adesão ao Medicaid, sistema público de saúde, em quase 50% e impõe regras favoráveis ao paciente em seguradoras privadas que, entre outras coisas, são proibidas de negar a cobertura de alguém com base nas condições pré-existentes, e proibidas de cancelar a cobertura quando do surgimento de uma doença, como acontecia.

Por:

Rudy Rocha, Conexão Médica

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Dor pélvica, um problema do universo feminino

A mulher possui uma região no corpo chamada de pelve, localizada logo abaixo do abdome, que é formada por dois ossos do quadril, sacro e cóccix, onde se encontram o útero, os ovários, as tubas uterinas, a bexiga e o reto. E dores nesse espaço do corpo podem surgir de forma aguda, súbita e intensa, ou crônica, quando têm pelo menos alguns meses de duração.

“Essa dor pode ser causada tanto pela contração da musculatura do assoalho pélvico como pela alteração da função intestinal, por problemas de cistos no ovário, miomas, infecções na região da pelve e endometriose”, explica a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844), graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência médica e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo, clínica especializada no tratamento da doença.

Como suas causas são variadas, o tratamento será prescrito conforme sua origem. Para entender mais sobre este problema, muito comum no universo feminino, entrevistamos a Dra. Rosa Maria Neme, que relata mais detalhes sobre o assunto. Acompanhe!

1-O que é Dor Pélvica? E quais as suas causas?

A dor pélvica é uma dor no baixo ventre que pode ser sentida na forma de cólica, aperto ou como uma pontada. As causas são diversas e entre elas destaca-se a presença de mioma, alterações vasculares no útero como a presença de varizes pélvicas, cistos de ovário e endometriose que é, atualmente, a principal causa de dor pélvica nas mulheres em idade reprodutiva.

2-Como ela é sentida pela paciente?

É sentida, na grande maioria das vezes, como uma cólica que pode acontecer na menstruação ou fora dela, sensação de peso ou pontada. A dor pélvica está sempre ligada ao sistema reprodutivo e é um sinal de alguma outra doença presente na região, por isso precisa ser investigada.

3-Ela só atinge os órgãos genitais internos?

Em geral, sim. Pode acometer os órgãos externos, mas a manifestação, nesses casos, não é de dor, mas sim de ardor, coceira, entre outros sintomas.

4-Quais as diferenças entre dor pélvica aguda e crônica?

A dor aguda é aquela que acontece de forma inesperada e a crônica é aquela que já está presente há algum tempo, é constante e intermitente.

5-Quais os tratamentos?

O tratamento depende da causa do processo. Se for endometriose, o tratamento é cirurgia para retirada da doença. Se for mioma, indica-se a retirada ou tratamento com medicamentos. Se for varizes pélvicas, o tratamento é feito com medicações analgésicas apenas.

6-Existe alguma estimativa de quantas mulheres sofrem com este problema?

Existem estimativas para outras doenças, mas não sobre a dor pélvica. A endometriose acomete cerca de 15 a 20% das mulheres em idade reprodutiva. Mulheres acima dos 50 anos de idade têm chance de 50% de ter miomas.

7-Se a dor pélvica não for bem tratada, ela pode evoluir para algum outro problema?

Tudo irá depender da causa da dor. No caso da endometriose, a mulher pode ter infertilidade e dor crônica. No caso do mioma, pode ter ciclos menstruais com hemorragia e infertilidade.

8- Ela atinge mulheres em qual faixa de idade?

Pode acometer mulheres em qualquer faixa etária.

Perfil

Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844) – A Dra. Rosa Maria Neme é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1996) e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo (2004). Realizou residência-médica também na Universidade de São Paulo (2000). Além de dirigir o Centro de Endometriose São Paulo, ela integra a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, Samaritano, São Luiz e Sírio Libanês.

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Sessenta minutos ou mais de atividade física diária é o ideal para controlar o peso das mulheres

Por Ricardo Teixeira*

Uma pesquisa recém-publicada pelo periódico JAMA, Jornal da Associação Americana de Medicina, demonstra que a prática de 60 minutos diários ou mais de atividade física moderada é mais recomendável para evitar sobrepeso e obesidade entre as mulheres do que exercícios em menores quantidades e intensidades.

O estudo acompanhou de forma prospectiva, e por 13 anos, cerca de 40 mil americanas com média de idade de 54 anos e que mantiveram suas dietas habituais. No início do estudo, 50% das mulheres faziam menos de 150 minutos por semana de atividade física moderada, 22% faziam mais de 420 minutos, e o restante tinha um nível de atividade intermediário entre esses dois primeiros grupos. Apenas 13% das mulheres começaram o estudo com peso normal e conseguiram chegar ao final sem sobrepeso ou obesidade. Essas mulheres tiveram uma média de atividade física semanal de 420 minutos, 60 minutos por dia.

Estima-se que 40% dos brasileiros adultos apresentam excesso de peso, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 conduzida pelo IBGE. Emagrecer já é uma tarefa difícil, e a manutenção do peso após alguns quilos perdidos é mais difícil ainda. O melhor negócio é não deixar o peso se acumular com o passar do tempo, e essa é uma equação teoricamente simples: não podemos ingerir mais calorias do que gastamos. Na prática, é importante que as pessoas tenham em mente o quanto de atividade física é necessária para controlar o peso, mas essa é uma informação que ainda não está tão bem definida pela ciência.

Quando se fala em prevenção de doenças vasculares como o derrame cerebral e infarto do coração, assim como prevenção de doenças crônicas e degenerativas, a recomendação de pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada é a mais amplamente difundida. É isso que a Associação Americana do Coração e o Colégio Americano de Medicina do Esporte preconizam, mas não definem se essa quantidade de atividade física é suficiente para evitar ganho de peso. Já o Instituto de Medicina dos Estados Unidos recomenda, desde o ano de 2002, a realização de 420 minutos de atividade física moderada por semana para evitar que adultos entrem na faixa de sobrepeso ou obesidade. As evidências científicas que embasam essa recomendação têm sido questionadas, mas o atual estudo reforça com metodologia impecável essas diretrizes do Instituto de Medicina. É importante ressaltar que os resultados da pesquisa ainda revelam que, para as mulheres com sobrepeso ou que estão obesas, os 60 minutos diários de atividade física não são suficientes para alcançar um peso normal. Estas precisam realmente fazer uma dieta de restrição calórica.

* Ricardo Teixeira é doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do Blog “ConsCiência no Dia-a-Dia” – www.consciencianodiaadia.com.br

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10 mitos e verdades sobre a vasectomia

A vasectomia é um método contraceptivo, recomendado pelos urologistas quando o assunto envolve planejamento familiar. Porém, ainda é um tópico que desperta medos reais em muitos homens, por causa de mitos e desinformação, como o receio da impotência sexual após a cirurgia.

Para superar esses temores, o melhor remédio é buscar esclarecimentos que desmistifiquem a vasectomia. Quem nos ajuda nessa reportagem sobre o tema é o Dr. Oskar Kaufmann (CRM-SP 104.028), doutor em Urologia, especialista em cirurgia robótica em urologia, Membro da Sociedade Brasileira de Urologia, American Urological Association, Endourological Society e integrante do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, que elaborou uma lista com 10 itens que relatam os principais mitos que o público masculino tem sobre o assunto.

1.A cirurgia é muito simples.

Sim, a vasectomia é um procedimento simples, principalmente quando se compara com o ligamento das trompas realizado nas mulheres. Nos homens, o cirurgião irá cortar os canais deferentes, que são os dois canais que transportam o esperma dos testículos para a uretra. As duas extremidades são seccionadas e, então amarradas. Com a interrupção dos dutos deferentes, o sêmen fica sem espermatozóides.

2.A vasectomia significa a esterilização definitiva do homem.

Em termos, porque existe possibilidade de reversão. As opções de controle de natalidade para as mulheres são grandes. Elas podem escolher entre pílulas, emplastros, injeções, DIU, entre vários outros métodos. Porém, além do preservativo, a vasectomia é o procedimento da medicina moderna que chegou mais próximo da eficiência na contracepção masculina. É uma cirurgia que tende a ter resultados definitivos, mas que, em função da evolução da técnica cirúrgica, pode ser revertida.

3.Homens submetidos a esse tipo de tratamento perderão a sua masculinidade.

Essa afirmação não é realidade, porque não existe nenhuma relação entre a vasectomia e a potência e/ou performance sexual do indivíduo. A vasectomia não causa impotência sexual.

4.Após a cirurgia de vasectomia, o homem não ejacula mais e, por isso, perde a libido.

Isso é um mito. O homem continuará a ejacular, mas o líquido seminal não conterá mais espermatozóides. Ainda hoje, esse é um dos principais mitos relacionados à vasectomia, pois dizem que os homens submetidos a esse tipo de tratamento perderão a sua masculinidade ou diminuirão a libido. O homem precisa saber que grande parte do liquido seminal ejaculado vem das vesículas seminais e não dos ductos deferentes. Ou seja, praticamente não ocorrerá mudança na quantidade de liquido ejaculado. Nào existe relação entre vasectomia e diminuição da libido

5.A vasectomia é irreversível.

A vasectomia é considerada uma forma permanente de método contraceptivo, porém alguns homens optam por revertê-la. Essa reversão é realizada por meio de um procedimento conhecido como vasovasostomia, que terá mais chances de sucesso se realizada até 10 anos após a cirurgia. Nos Estados Unidos, aproximadamente 600 mil homens fazem vasectomia a cada ano e 5% deles retornam em busca de uma vasovasostomia. As razões por trás dessa mudança de idéia variam, mas são comuns em casos de novo casamento, morte de um filho ou melhora da situação financeira.

6.A vasectomia só é realizada quando envolve o planejamento familiar.

O perfil ideal para a realização da vasectomia são homens que já têm família constituída e não pretendem mais ter filhos.

7.A vasectomia só é indicada para homens férteis acima dos 30 anos.

Via de regra a vasectomia pode ser realizada por homens férteis, geralmente com idade acima dos trinta anos, que já possuem família constituída (de preferência, dois ou mais filhos), tendo como objetivo o planejamento familiar, em acordo com as suas companheiras.

8.Após fazer a vasectomia, vou sentir dores no pênis ao transar.

Após o procedimento, geralmente é comum o comentário da percepção de que “foi mexido”, principalmente na região escrotal, mas que não chega a configurar dor. E no momento de uma relação sexual não haverá nenhum tipo de dor peniana, prevalecendo a sensação habitual de prazer.

9.A vasectomia é igual a um processo de castramento e o órgão sexual masculino é mutilado.

Isso é um mito. A vasectomia é uma operação que se faz geralmente com anestesia local, onde são feitos dois cortes muito pequenos no escroto (e não no pênis), que são no final fechados com pontos. Portanto, não existe a menor relação entre dor no pênis e vasectomia. Como o pênis não participa do procedimento, ou seja, a cirurgia não envolve esse órgão, não há risco de qualquer tipo de mutilação.

10.Após a vasectomia, o órgão sexual diminui de tamanho.

Isso é outro receio infundado. O pênis não participa desse processo cirúrgico, por isso não ocorre nenhum corte que possa causar mutilação e muito menos qualquer alteração no tamanho ou na sensibilidade do órgão sexual masculino.

Perfil

Dr. Oskar Kaufmann (CRM-SP 104.028) é Médico urologista e especialista em cirurgia robótica. Graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com doutorado pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina – Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado em “Endourologia, Laparoscopia e Cirurgia Robótica” pela Universidade da Califórnia – Irvine. É membro da Sociedade Brasileira de Urologia, American Urological Association e Endourological Society. Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital do Homem. Possui mais de 40 trabalhos publicados em veículos científicos nacionais e internacionais.

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