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CFM divulga dados sobre a concentração de médicos no Brasil
- Levantamento revela que a média nacional é de um médico para 578 habitantes.
- A concentração em determinadas regiões desenvolvidas, no litoral e nas capitais é alta, em detrimento de vazios assistenciais nos municípios mais distantes e pobres.
- O total de médicos cresce mais que o tamanho da população, em termos percentuais.
- Na cidade de São Paulo, há um profissional para 239 habitantes (média superior à de países europeus).
- No interior de Roraima, há um para 10.306 habitantes (média inferior à de nações africanas)
- No período avaliado, se confirma a tendência de feminilização da Medicina, ou seja, o número total de mulheres que se gradua em Medicina já supera o de homens.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou dados sobre a concentração de médicos no território nacional. O levantamento mostra que o número de profissionais aptos a atuar cresce em ritmo mais acelerado do que o da população – mas a distribuição está longe de ser uniforme. O anúncio marcou a comemoração do Dia Mundial da Saúde.
O levantamento, inédito, aponta que o déficit de médicos no interior não significa a falta de profissionais no país. Dados coletados entre 2000 e 2009 apontam uma média nacional de um médico para grupo de 578 habitantes, índice próximo a países como dos Estados Unidos, que é de um para 411 pessoas.
O 1º secretário do CFM e responsável pela coleta das informações, Desiré Carlos Callegari, defende melhores políticas públicas para a interiorização do profissional. “Não adianta utilizar o mecanismo de revalidação automática do diploma para interiorizar o médico. Nada garante que este profissional não irá recorrer às capitais para se especializar”, aponta Desiré. O diretor também avalia como desnecessária a abertura indiscriminada das escolas médicas. O Brasil possui hoje 181 escolas médicas, sendo que, dessas, 100 foram instaladas na última década. “Observamos que a qualidade do ensino tem caído neste período”.
Aumento de profissionais
Entre 2000 e 2009, a quantidade de médicos aumentou 27% – de 260.216 para 330.825 (evolução histórica na Tabela 6). No mesmo intervalo de tempo, a população brasileira cresceu aproximadamente 12% – de 171.279.882 para 191.480.630, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, havia no país um médico para cada grupo de 658 habitantes; em 2009, a situação passou a ser de um médico para 578 habitantes.
O número de médicos não é o único indicador da adequação da oferta desses profissionais – para se fazer esse tipo de avaliação é preciso que se considerem variações regionais, sociais e econômicas. Mas o número é um indicador importante. Entre os países que possuem elevados índices de desenvolvimento humano (IDH), há menos habitantes por médico. A tendência é de que o IDH seja mais baixo nos países onde há mais habitantes por médico.
O levantamento do Conselho Federal de Medicina foi feito com base no endereço de correspondência informado pelos profissionais nos Conselhos Regionais de Medicina do país.
Entre as regiões, Norte e Nordeste têm menor concentração de médicos
A distribuição de médicos por habitantes é heterogênea no território nacional. Na região Norte, há um médico para cada grupo de 1.130 habitantes (Tabela 1). São 13.582 profissionais aptos a atuar, registrados primariamente em conselhos de medicina da região. Já na região Sul, são 509 habitantes por médico.
A região Sudeste concentra 42% da população do país e 55% dos médicos. São 439 habitantes por profissional. No Centro-Oeste, há um médico para cada grupo de 590 habitantes. No Nordeste, um para cada grupo de 894. Em São Paulo estão concentrados 30% dos médicos; o estado abriga 21% da população brasileira.
Se consideradas as inscrições primárias e secundárias efetuadas em conselhos de medicina da região Norte, por exemplo, o número de habitantes por médico passa a ser de 1.000; na região Sul, também consideradas ambos os grupos de inscrição, são 476 habitantes por médico. A inscrição primária é o primeiro registro feito pelo médico em um conselho regional, a secundária é o registro que o médico faz em outros conselhos (diferentes que o daquele de origem) permitindo sua atuação profissional naquela unidade da federação.
Para Desiré Callegari, o médico não precisa “ganhar muito, precisa ser valorizado e ter condições de trabalho”. Para isso, defende como política de interiorização eficaz a criação de uma carreira de Estado para os profissionais e a implantação de planos de cargos, carreiras e vencimentos.
O CFM também considera fundamental que a estrutura e os recursos tecnológicos da saúde sejam aperfeiçoados, principalmente no interior dos estados. “Não dá para fazer medicina sem investimento. O médico precisa ao menos de uma estrutura básica para atender adequadamente a população”, ressaltou Desiré.
Em algumas localidades, índices são europeus
A capital do estado de São Paulo possui um médico para cada grupo de 239 habitantes, média superior à de países que possuem altos índices de desenvolvido humano (Tabela 1). Alemanha, Bélgica e Suíça, por exemplo, possuem um médico em atividade para cada grupo de 285, 248 e 259 habitantes, respectivamente (Tabela 2).
Se considerada a densidade de médicos em todo o estado de São Paulo, a média é próxima da dos Estados Unidos: 413 habitantes por profissional em São Paulo; 411 por um nos Estados Unidos. No Distrito Federal, há um médico para 297 habitantes, melhor média entre as unidades da federação.
Em outras localidades, índices são africanos: no interior do Amazonas há um médico para cada grupo de 8.944 habitantes; em Roraima, um para 10.306
O acesso a profissionais da medicina é ainda mais desigual quando comparados os números de capitais e regiões do interior (Tabela 3). De acordo com dados extraídos do Sistema Integrado de Entidades Médicas em março de 2010, há no estado do Acre 575 médicos aptos a atuar – 74% (427) deles residem na capital, Rio Branco, cidade que conta com um médico para cada grupo de 716 habitantes; os outros 21 municípios do estado dividem entre si 119 médicos, o que resulta na média de um médico para 3.236 habitantes (Tabela 4).
Há casos de desigualdade ainda mais acentuada. No Amazonas, 88% (3.024) dos profissionais estão em Manaus, cidade que tem um médico para 574 habitantes. Os municípios do interior ficam com um médico para cada grupo de 8.944 habitantes. Em Roraima, são 10.306 habitantes por médico em cidades do interior. Há apenas 15 profissionais domiciliados fora da capital.
Na região Sudeste, a mais desenvolvida do país, a distribuição de médicos entre capitais e interiores é menos aguda. Em Minas Gerais, por exemplo, a média é de um médico para 587 habitantes; em Belo Horizonte, são 172 habitantes por médico; no interior, um para 926.
O estado de São Paulo registra um médico para 413 habitantes; a capital, um profissional para 239 pessoas; os municípios do interior do estado contam com um médico para cada grupo de 640 habitantes.
Número de mulheres é maior entre os novos profissionais
De 2000 a 2009, a proporção de profissionais do sexo feminino no universo de médicos registrados no Brasil subiu 4 pontos percentuais – de 35,5% para 39%, o que indica uma tendência de feminilização da profissão. Essa tendência fica mais evidente quando se comparam os ritmos de crescimento no universo de cada gênero: o número de médicas aumentou 39,8% no período; o de médicos, 20,1% (Tabelas 5 e 7).
CFM avalia que não faltam médicos no Brasil
A posição do Conselho Federal de Medicina diante das informações reveladas pelo levantamento é de que não há escassez de médicos no país. O que há, sim, é uma má distribuição dos profissionais pelo território nacional.
Para contornar essa situação, o CFM defende a adoção de eficazes políticas de interiorização do trabalho médico. A criação de uma carreira de Estado para os profissionais e a implantação de planos de cargos, carreiras e vencimentos são medidas defendidas pelo Conselho.
Além disso, o CFM considera fundamental que os sistemas de assistência à saúde sejam aperfeiçoados, principalmente no interior dos estados.
Tabela 1 – número de habitantes por médico, por unidades da federação e regiões, 2009
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Unidade da federação / região
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População¹ | Nº. de médicos (inscrição primária) | Nº. de médicos
(inscrição secundária) |
Nº. de habitantes por médico (apenas inscrições primárias) |
Nº. de habitantes por médico (inscrições primárias e secundárias)
|
DF | 2.606.885 | 8.762 | 1.135 | 297 | 263 |
GO | 5.926.300 | 8.085 | 1.645 | 732 | 609 |
MS | 2.360.498 | 3.458 | 380 | 682 | 615 |
MT | 3.001.692 | 3.223 | 496 | 931 | 807 |
CENTRO-OESTE | 13.895.375 | 23.528 | 3.656 | 590 | 511 |
SP | 41.384.039 | 100.612 | 3.809 | 411 | 396 |
RJ | 16.010.429 | 42.547 | 794 | 376 | 369 |
MG | 20.033.665 | 34.324 | 2.570 | 583 | 543 |
ES | 3.487.199 | 6.487 | 580 | 537 | 493 |
SUDESTE | 80.915.332 | 183.970 | 7.753 | 439 | 422 |
SC | 6.118.743 | 9.981 | 1.570 | 613 | 529 |
RS | 10.914.128 | 24.601 | 625 | 443 | 432 |
PR | 10.686.247 | 19.848 | 1.538 | 538 | 499 |
SUL | 27.719.118 | 54.430 | 3.733 | 509 | 476 |
PE | 8.810.256 | 11.678 | 786 | 754 | 706 |
RN | 3.137.541 | 3.670 | 461 | 854 | 759 |
PB | 3.769.977 | 4.255 | 516 | 886 | 790 |
CE | 8.547.809 | 8.598 | 408 | 994 | 949 |
PI | 3.145.325 | 2.710 | 188 | 1.160 | 1.085 |
SE | 2.019.679 | 2.532 | 213 | 797 | 735 |
AL | 3.156.108 | 3.525 | 212 | 895 | 844 |
BA | 14.637.364 | 15.052 | 1.005 | 972 | 911 |
MA | 6.367.138 | 3.295 | 798 | 1.932 | 1.555 |
NORDESTE | 53.591.197 | 55.315 | 4.987 | 968 | 888 |
AM | 3.393.369 | 3.571 | 244 | 950 | 889 |
RR | 421.499 | 526 | 84 | 801 | 690 |
TO | 1.292.051 | 1.301 | 448 | 933 | 738 |
AP | 626.609 | 456 | 166 | 1.374 | 1.007 |
RO | 1.503.928 | 1.427 | 241 | 1.053 | 901 |
AC | 691.132 | 618 | 92 | 1.118 | 973 |
PA | 7.431.020 | 5.683 | 489 | 1.307 | 1.203 |
NORTE | 15.359.608 | 13.582 | 1.764 | 1.130 | 1.000 |
¹ Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, referentes a 2009. ² Dados do Conselho Federal de Medicina, referentes a 2009.
² Consideradas as inscrições primárias.
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Tabela 2 – número de habitantes por médico, em países selecionados
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Países |
Número de habitantes por médico² |
Desenvolvimento humano² |
Alemanha¹ | 285 | Muito elevado ou
elevado |
Suíça¹ | 259 | |
Bélgica¹ | 248 | |
Estados Unidos¹ | 411 | |
França¹ | 296 | |
México¹ | 510 | |
Dinamarca² | 341 | |
Chile² | 917 | |
Singapura² | 714 | |
Israel² | 261 | |
Cuba² | 169 | |
Suécia² | 304 | |
Uruguai² | 273 | |
Índia² | 1.666 | Médio |
África do Sul² | 1.298 | |
Colômbia² | 740 | |
Bolívia² | 819 | |
Nigéria² | 3.571 | Baixo |
Guiné-Bissau² | 8.333 | |
Angola² | 12.600 | |
Senegal² | 16.666 | |
¹ Dados da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), referentes a 2007. A OECD indica a situação de 30 países. ² Dados do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), referente a ano do período 2000-2004. O relatório indica a situação de 177 países. |
Tabela 3 – distribuição de médicos entre capital e interior, 2010¹
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Unidade da Federação
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Nº. de médicos (inscrição primária), 2010 | Capital
Quantitativo (%) |
Interior Quantitativo (%) |
||
DF | 8.643 | 4.824 | 55 | 3.142 | 36 |
GO | 7.869 | 5.326 | 67 | 2.275 | 28 |
MS | 3.387 | 2.097 | 61 | 1.201 | 35 |
MT | 3.146 | 1.597 | 50 | 1.404 | 44 |
SP | 99.209 | 46.112 | 46 | 47.390 | 47 |
RJ | 54.068 | 35.791 | 66 | 16.406 | 30 |
MG | 34.087 | 14.195 | 41 | 18.982 | 55 |
ES | 6.393 | 3.098 | 48 | 3.181 | 49 |
SC | 9.767 | 2.733 | 27 | 6.586 | 67 |
RS | 23.868 | 11.378 | 47 | 11.598 | 48 |
PR | 16.894 | 8.147 | 48 | 7.927 | 46 |
PE | 11.633 | 8.038 | 69 | 2.504 | 21 |
RN | 3.573 | 2.706 | 75 | 716 | 20 |
PB | 4.147 | 2.592 | 62 | 1.440 | 34 |
CE | 8.319 | 4.824 | 55 | 3.142 | 36 |
PI | 2.629 | 2.025 | 77 | 539 | 20 |
SE | 2.465 | 2.292 | 92 | 139 | 5 |
AL | 3.505 | 3.012 | 85 | 403 | 11 |
BA² | 14.960 | — | — | — | — |
MA | 3.319 | 2.250 | 67 | 834 | 25 |
AM | 3.431 | 2.250 | 67 | 834 | 25 |
RR | 479 | 430 | 89 | 15 | 3 |
TO | 1.222 | 408 | 33 | 660 | 54 |
AP | 457 | 409 | 89 | 28 | 6 |
RO | 1.265 | 634 | 50 | 583 | 46 |
AC | 575 | 427 | 74 | 119 | 20 |
PA | 5.544 | 4.181 | 75 | 1.167 | 21 |
¹ A soma de profissionais ativos na capital e no interior de determinado estado não alcança 100% das inscrições primárias. O número residual corresponde a profissionais com endereços desatualizados e residentes em outros estados. ² Na Bahia, os endereços dos profissionais registrados estão em fase de atualização cadastral. |
Tabela 4 – proporção de médicos por habitantes por estado, 2010¹
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Interior de estados brasileiros |
Número de habitantes por médico |
Roraima | 10.306 |
Acre | 3.236 |
Amazonas | 8.944 |
Amapá | 9.290 |
Maranhão | 6.437 |
Piauí | 4.363 |
¹ População dos municípios de interior dividida por médicos residentes em municípios do interior. |
Tabela 5 – distribuição de médicos, por gênero¹ |
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2000
|
2009 |
||
Homens | Mulheres | Homens | Mulheres |
168.019 (64,5%) |
92.197 (35,5%) |
201.905 (61%) |
128.920 (39%) |
260.216 |
330.825 |
||
¹ O número de mulheres aumentou 39,8%, enquanto o de homens cresceu 20,1%, entre 2000 e 2009. |
Fonte: CFM
Confira os principais destaques do novo Código do Ética Médica
PACIENTES TERMINAIS
O médico deve evitar procedimentos desnecessários em pacientes terminais
(Cap. 5, Art. 41) Parágrafo único; (Cap. 1, XXII)
SEXAGEM
A escolha do sexo do bebê é vedada na reprodução assistida (Cap. 3, Art. 15)
LETRA LEGÍVEL
A receita e o atestado médico têm que ser legíveis e com identificação (Cap. 3, Art. 11)
SEGUNDA OPINIÃO
O paciente tem direito a uma segunda opinião e a ser encaminhado a outro médico
(Cap.5, Art. 39); (Cap. 7, Art. 52); (Cap. 7, Art.53)
PRONTUÁRIO MÉDICO
O paciente tem direito a cópia do prontuário médico (Cap. 10, Art. 85); (Cap. 10, Art. 87); (Cap. 10, Art. 89); (Cap. 10. Art. 90)
PARTICIPAÇÃO EM PROPAGANDA
O médico não pode participar de propaganda (Cap. 13, Art. 116)
SIGILO MÉDICO
O sigilo médico deve ser preservado, mesmo após a morte (Cap. 1, XI); (Cap.9, Art. 73.)
ABANDONO DE PACIENTE
O médico não pode abandonar o paciente (Cap. 5, art. 36)
ANÚNCIOS PROFISSIONAIS
É obrigatório incluir o número do CRM em anúncios (Cap.12, Art. 118)
APOIO À CATEGORIA
O médico deve apoiar os movimentos da categoria (Cap. 1, XV)
CONDIÇÕES DE TRABALHO
O médico pode recusar de exercer a medicina em locais inadequados (Cap.2, IV)
CONFLITO DE INTERESSES
O médico é obrigado a declarar conflitos de interesses (Cap. 12. Art. 109)
CONSENTIMENTO ESCLARECIDO
O paciente precisa dar o consentimento (Cap. 4, Art. 22)
DENÚNCIA DE TORTURA
O médico é obrigado a denunciar prática de tortura ( Cap. 4, Art. 25.)
DESCONTOS E CONSÓRCIOS
O médico não pode estar vinculado a cartões de desconto e consórcios (Cap.8, Art. 72)
DIREITO DE ESCOLHA
O médico deve aceitar as escolhas dos pacientes (Cap. 1, XXI)
FALTA EM PLANTÃO
Abandonar o plantão é falta grave (Cap. 3, Art. 9º)
LIMITAÇÃO DE TRATAMENTO
Nada pode limitar o médico em definir o tratamento (Cap. 1, XVI)
MANIPULAÇÃO GENÉTICA
O médico não pode praticar a manipulação genética (Cap. 3, Art. 16); (Cap.1, XXV)
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
O paciente tem direito de decidir sobre métodos contraceptivos (Cap. 5, Art. 42)
RECEITA SEM EXAME
O médico não pode receitar sem ver o paciente (Cap. 5, Art. 37)
RELAÇÕES COM FARMÁCIAS
O médico não pode ter relação com comércio e farmácia (Cap. 8, Art. 69)
RESPONSABILIDADE
A responsabilidade médica é pessoal e não pode ser presumida (Cap. Art. 1º)
USO DE PLACEBO
É proibido usar placebo em pesquisa, quando há tratamento eficaz (Cap.12 Art. 106)
O Código de Ética passa a valer oficialmente no dia 13 de abril de 2010 e traz 14 capítulos e 118 artigos que tratam dos direitos dos pacientes e dos médicos, da responsabilidade profissional, relação com pacientes e familiares, doação e transplante de órgãos, relação entre médicos, sigilo profissional, prontuários, pesquisa e publicidade médica. O novo documento substitui o Código anterior, que estava em vigor desde 1988.
O novo Código de Ética Médica, além de levar em conta o progresso científico e a evolução da medicina, se posiciona sobre grandes temas éticos da atualidade que envolvem os transplantes de órgãos, os ensaios clínicos, os pacientes terminais, a reprodução assistida e a manipulação genética.
Fonte: CREMESP
Presidente Obama consegue vencer a batalha sobre o sistema de saúde, e institui suas mudanças
A oposição já estava equiparando a disputa à batalha de Waterloo, símbolo da queda de Napoleão Bonaparte
Com as mudanças, a maioria dos americanos vai ser obrigada a contratar um seguro de saúde. O governo, no entanto, fornecerá subsídios aos indivíduos e famílias carentes. Estas famílias e pequenas empresas serão capazes de contratar a cobertura privada através de ferramentas conjuntas entre a iniciativa privada e o estado americano,
O projeto aumenta a adesão ao Medicaid, sistema público de saúde, em quase 50% e impõe regras favoráveis ao paciente em seguradoras privadas que, entre outras coisas, são proibidas de negar a cobertura de alguém com base nas condições pré-existentes, e proibidas de cancelar a cobertura quando do surgimento de uma doença, como acontecia.
Por:
Rudy Rocha, Conexão Médica
Dor pélvica, um problema do universo feminino
A mulher possui uma região no corpo chamada de pelve, localizada logo abaixo do abdome, que é formada por dois ossos do quadril, sacro e cóccix, onde se encontram o útero, os ovários, as tubas uterinas, a bexiga e o reto. E dores nesse espaço do corpo podem surgir de forma aguda, súbita e intensa, ou crônica, quando têm pelo menos alguns meses de duração.
“Essa dor pode ser causada tanto pela contração da musculatura do assoalho pélvico como pela alteração da função intestinal, por problemas de cistos no ovário, miomas, infecções na região da pelve e endometriose”, explica a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844), graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência médica e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo, clínica especializada no tratamento da doença.
Como suas causas são variadas, o tratamento será prescrito conforme sua origem. Para entender mais sobre este problema, muito comum no universo feminino, entrevistamos a Dra. Rosa Maria Neme, que relata mais detalhes sobre o assunto. Acompanhe!
1-O que é Dor Pélvica? E quais as suas causas?
A dor pélvica é uma dor no baixo ventre que pode ser sentida na forma de cólica, aperto ou como uma pontada. As causas são diversas e entre elas destaca-se a presença de mioma, alterações vasculares no útero como a presença de varizes pélvicas, cistos de ovário e endometriose que é, atualmente, a principal causa de dor pélvica nas mulheres em idade reprodutiva.
2-Como ela é sentida pela paciente?
É sentida, na grande maioria das vezes, como uma cólica que pode acontecer na menstruação ou fora dela, sensação de peso ou pontada. A dor pélvica está sempre ligada ao sistema reprodutivo e é um sinal de alguma outra doença presente na região, por isso precisa ser investigada.
3-Ela só atinge os órgãos genitais internos?
Em geral, sim. Pode acometer os órgãos externos, mas a manifestação, nesses casos, não é de dor, mas sim de ardor, coceira, entre outros sintomas.
4-Quais as diferenças entre dor pélvica aguda e crônica?
A dor aguda é aquela que acontece de forma inesperada e a crônica é aquela que já está presente há algum tempo, é constante e intermitente.
5-Quais os tratamentos?
O tratamento depende da causa do processo. Se for endometriose, o tratamento é cirurgia para retirada da doença. Se for mioma, indica-se a retirada ou tratamento com medicamentos. Se for varizes pélvicas, o tratamento é feito com medicações analgésicas apenas.
6-Existe alguma estimativa de quantas mulheres sofrem com este problema?
Existem estimativas para outras doenças, mas não sobre a dor pélvica. A endometriose acomete cerca de 15 a 20% das mulheres em idade reprodutiva. Mulheres acima dos 50 anos de idade têm chance de 50% de ter miomas.
7-Se a dor pélvica não for bem tratada, ela pode evoluir para algum outro problema?
Tudo irá depender da causa da dor. No caso da endometriose, a mulher pode ter infertilidade e dor crônica. No caso do mioma, pode ter ciclos menstruais com hemorragia e infertilidade.
8- Ela atinge mulheres em qual faixa de idade?
Pode acometer mulheres em qualquer faixa etária.
Perfil
Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844) – A Dra. Rosa Maria Neme é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1996) e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo (2004). Realizou residência-médica também na Universidade de São Paulo (2000). Além de dirigir o Centro de Endometriose São Paulo, ela integra a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, Samaritano, São Luiz e Sírio Libanês.
Sessenta minutos ou mais de atividade física diária é o ideal para controlar o peso das mulheres
Por Ricardo Teixeira*
Uma pesquisa recém-publicada pelo periódico JAMA, Jornal da Associação Americana de Medicina, demonstra que a prática de 60 minutos diários ou mais de atividade física moderada é mais recomendável para evitar sobrepeso e obesidade entre as mulheres do que exercícios em menores quantidades e intensidades.
O estudo acompanhou de forma prospectiva, e por 13 anos, cerca de 40 mil americanas com média de idade de 54 anos e que mantiveram suas dietas habituais. No início do estudo, 50% das mulheres faziam menos de 150 minutos por semana de atividade física moderada, 22% faziam mais de 420 minutos, e o restante tinha um nível de atividade intermediário entre esses dois primeiros grupos. Apenas 13% das mulheres começaram o estudo com peso normal e conseguiram chegar ao final sem sobrepeso ou obesidade. Essas mulheres tiveram uma média de atividade física semanal de 420 minutos, 60 minutos por dia.
Estima-se que 40% dos brasileiros adultos apresentam excesso de peso, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 conduzida pelo IBGE. Emagrecer já é uma tarefa difícil, e a manutenção do peso após alguns quilos perdidos é mais difícil ainda. O melhor negócio é não deixar o peso se acumular com o passar do tempo, e essa é uma equação teoricamente simples: não podemos ingerir mais calorias do que gastamos. Na prática, é importante que as pessoas tenham em mente o quanto de atividade física é necessária para controlar o peso, mas essa é uma informação que ainda não está tão bem definida pela ciência.
Quando se fala em prevenção de doenças vasculares como o derrame cerebral e infarto do coração, assim como prevenção de doenças crônicas e degenerativas, a recomendação de pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada é a mais amplamente difundida. É isso que a Associação Americana do Coração e o Colégio Americano de Medicina do Esporte preconizam, mas não definem se essa quantidade de atividade física é suficiente para evitar ganho de peso. Já o Instituto de Medicina dos Estados Unidos recomenda, desde o ano de 2002, a realização de 420 minutos de atividade física moderada por semana para evitar que adultos entrem na faixa de sobrepeso ou obesidade. As evidências científicas que embasam essa recomendação têm sido questionadas, mas o atual estudo reforça com metodologia impecável essas diretrizes do Instituto de Medicina. É importante ressaltar que os resultados da pesquisa ainda revelam que, para as mulheres com sobrepeso ou que estão obesas, os 60 minutos diários de atividade física não são suficientes para alcançar um peso normal. Estas precisam realmente fazer uma dieta de restrição calórica.
* Ricardo Teixeira é doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do Blog “ConsCiência no Dia-a-Dia” – www.consciencianodiaadia.com.br
10 mitos e verdades sobre a vasectomia
A vasectomia é um método contraceptivo, recomendado pelos urologistas quando o assunto envolve planejamento familiar. Porém, ainda é um tópico que desperta medos reais em muitos homens, por causa de mitos e desinformação, como o receio da impotência sexual após a cirurgia.
Para superar esses temores, o melhor remédio é buscar esclarecimentos que desmistifiquem a vasectomia. Quem nos ajuda nessa reportagem sobre o tema é o Dr. Oskar Kaufmann (CRM-SP 104.028), doutor em Urologia, especialista em cirurgia robótica em urologia, Membro da Sociedade Brasileira de Urologia, American Urological Association, Endourological Society e integrante do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, que elaborou uma lista com 10 itens que relatam os principais mitos que o público masculino tem sobre o assunto.
1.A cirurgia é muito simples.
Sim, a vasectomia é um procedimento simples, principalmente quando se compara com o ligamento das trompas realizado nas mulheres. Nos homens, o cirurgião irá cortar os canais deferentes, que são os dois canais que transportam o esperma dos testículos para a uretra. As duas extremidades são seccionadas e, então amarradas. Com a interrupção dos dutos deferentes, o sêmen fica sem espermatozóides.
2.A vasectomia significa a esterilização definitiva do homem.
Em termos, porque existe possibilidade de reversão. As opções de controle de natalidade para as mulheres são grandes. Elas podem escolher entre pílulas, emplastros, injeções, DIU, entre vários outros métodos. Porém, além do preservativo, a vasectomia é o procedimento da medicina moderna que chegou mais próximo da eficiência na contracepção masculina. É uma cirurgia que tende a ter resultados definitivos, mas que, em função da evolução da técnica cirúrgica, pode ser revertida.
3.Homens submetidos a esse tipo de tratamento perderão a sua masculinidade.
Essa afirmação não é realidade, porque não existe nenhuma relação entre a vasectomia e a potência e/ou performance sexual do indivíduo. A vasectomia não causa impotência sexual.
4.Após a cirurgia de vasectomia, o homem não ejacula mais e, por isso, perde a libido.
Isso é um mito. O homem continuará a ejacular, mas o líquido seminal não conterá mais espermatozóides. Ainda hoje, esse é um dos principais mitos relacionados à vasectomia, pois dizem que os homens submetidos a esse tipo de tratamento perderão a sua masculinidade ou diminuirão a libido. O homem precisa saber que grande parte do liquido seminal ejaculado vem das vesículas seminais e não dos ductos deferentes. Ou seja, praticamente não ocorrerá mudança na quantidade de liquido ejaculado. Nào existe relação entre vasectomia e diminuição da libido
5.A vasectomia é irreversível.
A vasectomia é considerada uma forma permanente de método contraceptivo, porém alguns homens optam por revertê-la. Essa reversão é realizada por meio de um procedimento conhecido como vasovasostomia, que terá mais chances de sucesso se realizada até 10 anos após a cirurgia. Nos Estados Unidos, aproximadamente 600 mil homens fazem vasectomia a cada ano e 5% deles retornam em busca de uma vasovasostomia. As razões por trás dessa mudança de idéia variam, mas são comuns em casos de novo casamento, morte de um filho ou melhora da situação financeira.
6.A vasectomia só é realizada quando envolve o planejamento familiar.
O perfil ideal para a realização da vasectomia são homens que já têm família constituída e não pretendem mais ter filhos.
7.A vasectomia só é indicada para homens férteis acima dos 30 anos.
Via de regra a vasectomia pode ser realizada por homens férteis, geralmente com idade acima dos trinta anos, que já possuem família constituída (de preferência, dois ou mais filhos), tendo como objetivo o planejamento familiar, em acordo com as suas companheiras.
8.Após fazer a vasectomia, vou sentir dores no pênis ao transar.
Após o procedimento, geralmente é comum o comentário da percepção de que “foi mexido”, principalmente na região escrotal, mas que não chega a configurar dor. E no momento de uma relação sexual não haverá nenhum tipo de dor peniana, prevalecendo a sensação habitual de prazer.
9.A vasectomia é igual a um processo de castramento e o órgão sexual masculino é mutilado.
Isso é um mito. A vasectomia é uma operação que se faz geralmente com anestesia local, onde são feitos dois cortes muito pequenos no escroto (e não no pênis), que são no final fechados com pontos. Portanto, não existe a menor relação entre dor no pênis e vasectomia. Como o pênis não participa do procedimento, ou seja, a cirurgia não envolve esse órgão, não há risco de qualquer tipo de mutilação.
10.Após a vasectomia, o órgão sexual diminui de tamanho.
Isso é outro receio infundado. O pênis não participa desse processo cirúrgico, por isso não ocorre nenhum corte que possa causar mutilação e muito menos qualquer alteração no tamanho ou na sensibilidade do órgão sexual masculino.
Perfil
Dr. Oskar Kaufmann (CRM-SP 104.028) é Médico urologista e especialista em cirurgia robótica. Graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com doutorado pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina – Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado em “Endourologia, Laparoscopia e Cirurgia Robótica” pela Universidade da Califórnia – Irvine. É membro da Sociedade Brasileira de Urologia, American Urological Association e Endourological Society. Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital do Homem. Possui mais de 40 trabalhos publicados em veículos científicos nacionais e internacionais.
Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia lança livro
Dr. Ricardo Antunes, em nome da Sociedade Brasileira de Cancerologia, lança livro “Prevenção do Câncer”
O cirurgião cancerologista Dr. Ricardo Cesar Pinto Antunes e a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) lançam, na próxima terça-feira, dia 30.03, na capital de São Paulo, o livro “Prevenção do Câncer”. O livro é inédito em sua proposta, pois permite uma visão global esclarecedora, atualizada e sensível sobre a imensurável importância da prevenção. Tem como editor-chefe Dr. Ricardo Antunes, que também é vice-presidente da SBC, a colaboração de professores renomados no Brasil e no exterior, nos diversos capítulos do livro, e a apresentação elaborada pelo ministro da saúde, José Gomes Temporão.
“Prevenção do Câncer”, contendo temas diversos de alto interesse social, tem a finalidade de chamar não só a atenção da classe médica assim como a de todos aqueles que reconhecem o valor da cultura e da antecipação da doença, através de hábitos saudáveis de vida e cuidados com o meio ambiente. “Pelo menos 80% de todos os tipos de câncer são decorrentes de fatores sócio-ambientais. Apenas 20% possuem uma herança genética comprovada, ao contrário do que muitos pensam. Por essa razão é preciso alertar a população e a classe médica para a importância da prevenção. Esse é o caminho de qualquer país desenvolvido no controle do câncer”, explica Dr. Ricardo Antunes.
Com uma linguagem de leitura médica e também leiga diferenciada, o livro reúne conhecimentos de médicos conceituados como Angelita Habr-Gama, Joaquim Gama Rodrigues Ivo Pitanguy, Antonio Sérgio Petrilli, Willian Abrão Saad, Antonio Buzaid, Sami Arap, Riad Yuones, Alfredo Carlos Barros, Jorge Souen, Ademar Lopes, Luiz Paulo Kowalski, entre outros. “O câncer hoje é a segunda doença que mais mata no País, fica atrás apenas das doenças cardíacas. Grande parte desses números é devido à falta de informação e conscientização sobre a importância da prevenção do câncer, além da dificuldade na detecção precoce e no acesso ao tratamento adequado em tempo hábil. Esses números precisam ser mudados e só serão quando a nossa sociedade civil organizada estiver efetivamente engajada junto às lideranças governamentais na luta contra o câncer.”, alerta Dr. Ricardo Antunes.
O livro “Prevenção do Câncer” será distribuído gratuitamente, de forma institucional, a todos os cancerologistas do Brasil e disponibilizado nas principais livrarias do país. “O intuito é informar, alertar e congregar esforços nesta luta de todos nós”, finaliza Dr. Ricardo Antunes.
Lançamento do livro
Data: 30.03 (terça-feira)
Horário: 19h30.
Local: Espaço Araguari
Endereço: Rua Franschuber, 184.
Médicos precisam traçar metas para se manterem atualizados, diz pesquisa
Esta é a conclusão de um estudo publicado na revista científica Academic Pediatrics
Atualização dos médicos
Os médicos estariam melhor preparados para o ritmo acelerado das descobertas científicas – e mais sintonizados com os últimos avanços nos cuidados dos pacientes – se usassem uma ferramenta de aprimoramento profissional já largamente utilizada em outras profissões: um plano de carreira para se manter atualizado com as últimas novidades em sua área.
Esta é a conclusão de um estudo publicado na revista científica Academic Pediatrics, que analisa se os médicos residentes em pediatria sabem como desenvolver planos de profissionalização para se manter a par das últimas novidades na prática médica.
“A medicina não é uma profissão estática”, afirma Su-Ting Li, professora do Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, em Davis. “É uma profissão onde as coisas mudam o tempo todo. Se você não se mantiver atualizado, não estará oferecendo o melhor atendimento para seus pacientes.”
Residência médica
O estudo envolveu 46 – ou 23 por cento – de todos os programas de residência em pediatria nos Estados Unidos e cerca de 1.000 dos 1.700 residentes de pediatria em todo o país foram entrevistados.
Residentes são médicos que já terminaram o curso de medicina e estão concluindo seu treinamento sob a orientação de médicos experientes.
Há um consenso generalizado de que não apenas os residentes, mas todos os médicos, devem participar de atividades de aprendizagem ao longo da sua vida profissional.
Várias instituições e hospitais exigem que esse aprendizado continuado seja documenta por meio de “planos individualizados de aprendizagem.”.
Aprendizagem continuada
Para o estudo, os residentes responderam questões sobre sua capacidade de avaliar continuamente o seu nível de habilidades e seu uso da aprendizagem continuada.
Noventa por cento dos entrevistados afirmaram conhecer seus pontos fortes e 92 por cento conheciam seus pontos fracos. Mas apenas 26 por cento disseram ter monitorado seu próprio desenvolvimento para atingir seus objetivos de aprendizagem.
E a pesquisa descobriu que o acompanhamento do processo de aprendizagem continuada é justamente o elemento mais importante para manter os médicos atualizados com as últimas descobertas científicas e com as últimas técnicas disponíveis em sua área.
A descoberta sugere que, entre as muitas formas que programas de treinamento podem ser utilizados para auxiliar na auto-aprendizagem, “a criação de sistemas que tornam mais fácil para os residentes acompanhar o seu progresso rumo aos seus objetivos seria provavelmente o mais eficaz e traria o maior retorno sobre o investimento,” dizem os pesquisadores.
“Os residentes estavam confiantes em sua capacidade de identificar seus pontos fortes e áreas de melhoria. Mas eles são menos confiantes em sua habilidade para escrever metas para melhorar seu desempenho e desenvolver planos e segui-los. Isto nos diz que isso é algo que os professores podem fazer para ajudar nossos residentes a tornarem-se melhores médicos,” disse Li.
Base de conhecimento obsoleta
Li afirma ainda que os resultados do estudo são importantes e têm implicações para todos os médicos, e não apenas para os residentes em pediatria.
Pesquisas mostram que, uma vez que os médicos concluem suas residências, se eles não se mantêm atualizados com os avanços na medicina, eles rapidamente passam a ter “uma base de conhecimento que é inferior em termos de regimes atualizados de tratamento para as doenças que os médicos formados mais recentemente.”
“Existe toda essa maravilhosa nova tecnologia e há todos esses trabalhos de pesquisa que estão sendo publicados o tempo todo, e você adoraria ser capaz de ler todos eles. Mas há uma proliferação tão grande de avanços biomédicos que você tem que descobrir como priorizar,” diz Li. “Então você precisa descobrir como incorporar a informação em sua prática médica diária.”
Para a pesquisadora, a melhor forma de fazer isto é escrever planos concretos de acompanhamento da literatura e de aprendizado de novas técnicas. E seguir esses planos.
Autor: Imprensa
Fonte: Diário da Saúde
Para entender o Câncer de Mama
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. A cada ano, cerca de 22% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama. Segundo Selmo Minucelli, hematologista e oncologista da DASA, que é representada em Mato Grosso pelas marcas Cedic/Cedilab, os principais fatores de risco para o câncer de mama estão relacionados à vida reprodutiva da mulher (primeira menstruação precoce, idade acima de 30 anos no primeiro parto, nuliparidade – mulher que ainda não teve parto ou filhos -, obesidade, consumo excessivo de álcool, uso de contraceptivo oral e terapia de reposição hormonal).
A história familiar de parentesco de primeiro grau torna-se um risco ainda maior para mulheres com um ou mais parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de mama antes dos 50 anos. Também entram nesta esfera as mulheres com um ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário.
Minucelli lembra que o Ministério da Saúde no Brasil recomenda como principais estratégias de rastreamento da população um exame mamográfico, pelo menos a cada dois anos, para mulheres entre 50 a 69 anos, além do exame clínico anual das mamas, para mulheres de 40 a 49 anos. O exame clínico da mama deve ser realizado em todas as mulheres que procuram o serviço de saúde, independentemente da faixa etária, como parte do atendimento à saúde da mulher.
Para mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para câncer de mama (com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau) recomenda-se o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos. Minucelli reforça que o diagnóstico precoce é a melhor forma de aumentar os índices de cura, sendo a mamografia um dos principais métodos de rastreamento. “O diagnóstico precoce permite a descoberta do câncer de mama quando o tumor é bem pequeno e ainda não é percebido na palpação”, explica o especialista.
O oncologista relata que os principais sintomas e sinais da doença são nódulo endurecido indolor na mama, a maioria descoberto pela própria paciente. Sintomas menos frequentes incluem dor, secreção mamilar, erosão, retração da pele, prurido, vermelhidão e massa axilar.
Fonte: DASA
Benefícios do chocolate para o coração
Substância presente no chocolate age como protetor cardiovascular
O período em que se comemora a Páscoa estimula ainda mais o consumo da guloseima favorita de muitas pessoas: o chocolate. Aliado a sensações de prazer e bem estar, rico em carboidratos e excelente fonte de energia, o chocolate também beneficia a saúde do coração, pois contém o flavonóide, uma substância antioxidante presente na semente do cacau. Quando absorvido, a substância ajuda na redução da formação de placas de gordura e diminui a oxidação do colesterol ruim beneficiando o funcionamento do coração.
Um relatório apresentado pela Associação de Cardiologia dos Estados Unidos afirma que o chocolate ajuda a reduzir os riscos de ataque cardíaco e diminui a tendência de coagulação das plaquetas e de obstrução dos vasos capilares. “Embora sejam comprovados os benefícios do chocolate para as doenças cardiovasculares, é importante ressaltar que o consumo deve ser em pequenas quantidades, uma vez que o chocolate contém gordura saturada e açúcar que, em excesso, podem trazer efeitos nocivos à saúde”, afirma Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração.
A fabricação do chocolate depende de três componentes: o licor de chocolate ou massa de cacau, a manteiga de cacau (óleo de theobroma), o açúcar e o leite. A gordura da manteiga de cacau, o leite e o açúcar são os principais ingredientes que agregam gordura e calorias ao chocolate.
Por ser vegetal, a gordura da manteiga de cacau não contém colesterol e o percentual de gordura saturada e insaturada em sua constituição está dentro das recomendações estabelecidas pela Associação Americana de Cardiologia (AHA). Porém é necessário avaliar o rótulo do produto. Em uma porção de 25g com até, aproximadamente, 120 calorias, 4,5 g saturada, ausentes em colesterol e açúcar, é uma boa opção.
De acordo com a nutricionista do HCor, Camila Ragne Torreglosa, sendo o chocolate um alimento naturalmente calórico devemos considerar a presença de alguns ingredientes extras como, castanhas, avelã, amendoim e recheios variados o que acrescenta energia ao produto. “O consumo de chocolate irá depender do valor calórico total da dieta, um consumo moderado de chocolate é de 30 gramas (1 barra pequena) de chocolate amargo (70-80% de cacau) por dia”, completa.
O chocolate e o cacau em pó também contém, ainda, minerais como cromo, ferro, magnésio, sódio, fósforo e potássio, e também vitaminas A, B, C e D. A semente original apresenta quantidade significativa de vitaminas E e B, mas com a adição dos outros ingredientes, estas vitaminas encontram-se em baixas quantidades no chocolate. E nesta época do ano, é possível observar uma ampla variedade de chocolates, que para alcançarem estas fórmulas requerem adição extra de manteiga de cacau. Com ela é possível moldá-los de acordo com as necessidades culinárias e por isso é importante ter atenção com a quantidade consumida.
Qual o melhor chocolate
Segundo a nutricionista, o melhor chocolate é o amargo, que possui menores quantidades de gordura e açúcar e quantidades significantes de antioxidantes. A massa de cacau, um dos ingredientes utilizados na fabricação do chocolate, é responsável por fornecer os antioxidantes. O chocolate amargo é o que possui maior teor de massa de cacau. Por isso, o chocolate amargo puro com 70-80% de cacau é o mais indicado.
Dicas para curtir a páscoa sem exageros
·No almoço de páscoa, onde a família se reúne para confraternizar indica-se evitar os exageros alimentares. Uma salada farta, peixe grelhado ou assado e arroz colorido com legumes, compõem uma mesa de almoço nutricionalmente equilibrada. Permitindo, assim, que a sobremesa seja o ovo de páscoa.
·Os pais, responsáveis pela compra dos ovos, devem comprar somente o necessário. Combine com os avôs e tios a quantidade de ovos a serem adquiridos. Uma criança, geralmente, recebe muitos ovos de páscoa como “presente”, ingerindo chocolate em exagero. Estamos na era do consumo consciente, sempre pense antes de comprar e avalie a necessidade e prejuízos.
Mitos e verdades
– Mito: O chocolate denominado Diet nem sempre é a melhor opção para o Diabético, pois, pode conter maior teor de gordura saturada que os demais chocolates.
– Mito: O consumo de chocolate, ao contrário do que comumente se diz, não causa dependência do organismo. Na verdade, um estudo mostrou que as pessoas têm desejo por chocolate porque gostam da sensação de comê-lo;
– Verdade: O chocolate contém estimulantes, como a cafeína e a teobromina, que gera um efeito energético que incide sobre a concentração e a capacidade física de quem o consome em quantidades moderadas.
– Verdade: O consumo excessivo de ovos de páscoa prejudica a redução e controle do peso. Atenção, um ovo de páscoa pode conter até 2500 calorias!
Fonte: HCor – Hospital do Coração