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A performance da Educação a Distância – Censo 2008
O ensino a distância (EaD), definido pelo Ministério da Educação (MEC), a partir do Decreto n. 5.622 de 19 de dezembro de 2005, constitui-se na modalidade pela qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
A oferta de cursos de graduação a distância demanda amplo conhecimento tecnológico e atendimento aos requisitos verificados pela secretaria de educação a distância, cabendo às IES públicas e privadas investirem continuamente em plataforma tecnológica e capacitação docente para sua operacionalização.
Nesta perspectiva, o censo da educação superior de 2008 demonstrou:
· A oferta de 647 cursos de graduação oferecidos por 115 Instituições de Ensino Superior;
· A predominância dos cursos de licenciatura, representando 53,2% dos cursos oferecidos nesta modalidade;
· O crescimento de 96,9% das matrículas em cursos de educação a distância, comparado ao ano de 2007;
· A representatividade de 14,3% em relação ao total das matrículas no ensino superior em 2008;
· O número significativo de 70 mil alunos concluintes na graduação na modalidade EaD em 2008.
Por outro lado, o site censo ead.br que avaliou não só a graduação, destaca que o índice médio de evasão nessa modalidade foi de 18,5%, sendo que a região norte detém o maior índice, 27,8% e a região sul, o menor índice, 14,8%. Do total de matriculados, 37% estão na pós-graduação, 26,5% na graduação tradicional e 34,6% em cursos superiores de tecnologia ou cursos de complementação de estudos.
O estudo revela ainda que 80% dos matriculados localizam-se na região sudeste e destes, igual percentual estão vinculados a IES particulares. Na região norte e nordeste ocorre o contrário; 80% estão matriculados em IES públicas, o que tem gerado interesse de grupos internacionais em investirem na educação a distância nestas regiões, cuja demanda reprimida aguarda ser atendida.
A mobilidade dos alunos é um fator a ser considerado nesta modalidade de ensino, pois 42% dos matriculados em educação a distância residem em outro estado que não aquele de origem da IES, a faixa etária que prevalece é a de alunos com idade entre 30 a 34 anos.
Nesta modalidade de ensino é imprescindível a inovação tecnológica no processo de ensino-aprendizagem, buscando sempre a integração das tecnologias de informação e da comunicação (TICs), ampliando técnicas e métodos didático-pedagógicos para autonomia dos discentes na aquisição de conhecimento. Por outro lado, vê-se a educação a distância como o ‘primo pobre’ do ensino superior
Vale destacar que as IES credenciadas para o oferecimento de cursos, nesta modalidade, ao utilizar como ferramentas as principais e novas tecnologias, ampliam situações de ensino e aprendizagem e reduzem custos operacionais, o que permite resultados em escala.
Em suma, a educação a distância permite:
· A atuação estratégica, didática e econômica, sob o ponto de vista das mídias sociais e da inclusão das classes sociais menos favorecidas no ensino superior;
· O aproveitamento de novos nichos e novas oportunidades de mercado, trazendo para o meio universitário, profissionais que não despendem de tempo para concluir seus estudos ou cursar uma nova graduação;
· A operacionalização do ensino de massa, com custo otimizado e o ganho em escala;
· O desenvolvimento da tecnologia da informação e infraestrutura (suporte tecnológico, em especial internet/intranet e sistema via satélite);
· A definição de foco, no qual as grandes IES estão propensas a oferecer cursos mais populares na modalidade presencial e a distância e as pequenas e médias IES na atuação em áreas/cursos específicos na modalidade presencial;
· A oferta pelas pequenas IES, de cursos a distância em parceria com grupos e redes educacionais credenciadas para oferecer essa modalidade de ensino.
· A oferta de cursos in company resultando em novos negócios;
Nota-se que tanto a educação a distância, quanto a educação presencial têm espaços para crescer e se desenvolver. O desafio é a compreensão do papel, do posicionamento e do foco, associada ao público-alvo a ser atingido.
A semipresencialidade é o exemplo de que um sistema hibrido também tem seu lugar neste cenário. São esperados processos de fusão desses sistemas de ensino. É essa a atual tendência das IES focadas no futuro, que não se restringe apenas aos formatos tradicionais, mas que considera as novas gerações, os atuais nativos digitais.
Portanto, viabilizar o acesso ao ensino de qualidade, a captação e retenção dos alunos é essencial. A representatividade dos cursos e IES credenciadas para o ensino a distância tende a se consolidar. As matrículas continuarão crescendo e o próprio mercado selecionará o “joio do trigo”.
FAQ Sobre Obesidade
Numa época onde as mais variadas dietas fazem parte do hábito alimentar, a obesidade figura entre os inimigos mortais da saúde e se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, trazendo prejuízos à saúde do indivíduo e compromete a sua integração social.
“Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, a obesidade é vista, cada vez mais, como um sério e crescente problema de saúde pública. O excesso de peso predispõe o organismo a uma série de problemas, como doença cardiovascular, apnéia do sono, hipertensão arterial e alterações na circulação”, revela Dr. Vladimir Schraibman (CRM-SP 97304), especialista em cirurgia geral, gastrocirurgia e único orientador de Cirurgias Robóticas da área de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein (Proctor Intuitive Robotic System).
Em entrevista, Dr. Vladimir Schraibman responde 10 questões fundamentais sobre o tema:
1- Como definir obesidade? Ela pode ser considerada uma doença?
A obesidade pode ser definida como um índice de massa corporal (IMC) acima de 25. Quando esse índice está acima de 40, ela é definida como mórbida. Este número é obtido dividindo-se o peso em quilogramas pela altura em metros ao quadrado. Sem dúvida, a obesidade pode ser considerada uma doença e, nos dias atuais, uma epidemia que só vai aumentar. O tratamento preventivo é a melhor solução. A cirurgia bariátrica tem se apresentado como a melhor solução para os casos de obesidade mórbida.
2- Quais as causas da obesidade? Quais as pesquisas mais recentes nessa área?
Dentre as causas se destacam os fatores genéticos, ambientais (hábitos pessoais e familiares), hábitos populacionais, religião, fatores sócio-econômicos, compulsão ou depressão, entre outros.
As pesquisas mais recentes publicadas no periódico Obesity Surgery apontam para a multifatoriedade na gênese desta questão, levando a enorme dificuldade encontrada pelos pacientes em solucionar a sua situação uma vez instalado o problema.
3- Como saber se a origem é genética, hormonal ou por excesso de ingestão de alimentos?
Não há dados suficientes para que se mensure a influência de cada aspecto, já que a questão é multifatorial.
4- Como identificar quando a obesidade é causada por distúrbios psicológicos?
Geralmente, a obesidade de instalação rápida e sem causa aparente pode estar relacionada a distúrbios psicológicos ou hormonais. São os casos nos quais a pessoa engorda muito num curto espaço de tempo.
5- Podemos dizer que existe o melhor tratamento da obesidade?
A correta avaliação por médico competente é a melhor opção, que poderá indicar o tratamento adequado para o perfil do paciente, de acordo com os fatores relacionados, identificados por exames e consulta. Não podemos falar no melhor tratamento, mas sempre pensar em prescrever um tendo em vista as condições da pessoa. Cada caso é um caso, sempre.
6- Como uma pessoa pode saber que está acima do peso e entrando no quadro de obesidade ou obesidade mórbida?
Pessoas com IMC acima de 25 devem prestar atenção. A presença de familiares diretos com obesidade também deve acender sinal de alerta.
7- Quais os problemas físicos mais comuns ocasionados pela obesidade?
Os problemas desencadeados pela obesidade são inúmeros e vão desde a limitação física a trabalhos básicos e à locomoção, até distúrbios mais graves, como o aumento do colesterol, do triglicérides e da pressão arterial, diabetes, gota, artrose, coronariopatia, insuficiência renal, apnéia noturna do sono, esteatose hepática, insuficiências glandulares, entre outros.
8- Quais doenças que a obesidade pode causar em um indivíduo?
A de maior risco é a Síndrome X ou Síndrome Metabólica, que se constitui por hipertensão arterial, dislipidemia, hiperglicemia e resistencia aumentam a insulina.
9- A diabetes é uma delas? Então, como deve ser o tratamento para controlar as duas questões?
O tratamento deve ser feito a base de dieta hipocalórica, definida em parceria com um nutricionista, atividade física e cirurgia de redução de peso, quando indicado, e prescrição de medicações, quando necessárias.
10- Como o cirurgião gástrico e o endocrinologista atuam juntos no tratamento do paciente obeso?
O tratamento de um indivíduo obeso deve ser multidisciplinar, incluindo ainda cardiologistas, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais, de acordo com o quadro clínico.
Fonte: Dr. Vladimir Schraibman / CRM-SP 97304 (Cirurgia Geral e Gastrocirurgia)
Especialista em cirurgia geral, gastrocirurgia e único orientador de Cirurgias Robóticas da área de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein (Proctor Intuitive Robotic System).
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, com mestrado e doutorado em Ciências Médicas pelo Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, Dr. Vladimir Schraibman é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Videolaparoscópica (Sobracil), é médico colaborador do Setor de Fígado, Pâncreas e Vias Biliares do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo, além de integrar o corpo clínico do Hospital Albert Einstein. Tem diversos artigos publicados em revistas e jornais científicos do Brasil e do exterior, além de intensa participação em congressos nacionais e internacionais.
Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia reforça a necessidade da doação de sangue
O número de doadores de sangue está abaixo do esperado no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal seria ter em torno de 3 a 4% da população como voluntários, porém atualmente representam apenas 1,7% dela. “Um dos motivos de não termos um número considerável de doadores é a falta de informação. As pessoas têm receio do material utilizado, medo de contaminação, além dos mitos que doar sangue emagrece, engorda, vicia ou enfraquece o organismo”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), Dr. Carlos Chiattone.
Outra razão que faz com que os bancos de sangue tenham falta de bolsas é a proximidade de um feriado, data que as pessoas costumam viajar e deixam de comparecer nos hemocentros. Porém, nessas épocas também aumentam o número de acidentes nas estradas. De acordo com Chiattone, nos feriados há uma queda de 30% nas doações, o que pode comprometer o atendimento aos pacientes.
Além de obter doações suficientes para realizar as transfusões, o presidente espera que a sociedade colabore também para ajudar as pessoas que sofrem de doenças crônicas, de leucemia e as que estão internadas em serviço de emergência. “Há risco real de morte para os pacientes que precisam de plaquetas, e diversos serviços de hemoterapia no país já estão com o estoque esgotado. O sangue e seus componentes salvam muitas vidas, por isso não há gesto mais humano do que o de doar sangue”, diz.
Os candidatos à doação deverão somente ter entre 18 e 65 anos, peso igual ou superior a 50 kg, estar em boas condições de saúde e apresentar um documento de identificação com foto.
Clima, Poluição e Medicina
O Sistema de Saúde Americano na Avaliação de seus Médicos
Novo Código de Ética Médica – Principais alterações e reflexos
A partir do dia 24/09/2009, os médicos ganharam um novo Código de Ética, que terá 180 dias a partir dessa data para entrar em vigor, ou seja, passará a vigorar a partir de 22/03/2010.
O Código é o resultado de 2 anos de debates entre Conselhos Regionais de Medicina, Entidades Médicas, médicos e as instituições científicas e universitárias, as quais encaminharam sugestões para a revisão e atualização do atual Código de Ética Médica.
Logo de início, o novo texto traz princípios fundamentais e ampliação dos direitos dos médicos e, de igual sorte, os deveres também foram esclarecidos de uma melhor forma, na medida em que estão mais bem redigidos.
É importante entender que trata-se de uma Resolução do CFM, a de nº 1.931 de 17/09/2009 (Código de Ética Médica), isto é, trata-se de um ato normativo e não legislativo, portanto não é Lei Ordinária; porém, em diversos casos, havendo o vazio do legislativo, o juiz de direito em questões que envolvam a prática médica poderá se utilizar do Código de Ética Médica, para fazer o seu melhor juízo de valor.
Também se nota que o novo Código ganhou dispositivos semelhantes aos dispositivos jurídicos, trazendo expressões que migraram do próprio Código Civil Brasileiro, do Código Penal Brasileiro, do Estatuto do Menor e do Estatuto do Idoso.
Em geral, podemos dizer que, houve um enfoque nas questões de autonomia do paciente com destaque sobre o direito a informação, avanços tecnológicos (Telemedicina), uso de seres humanos e animais em pesquisa, cuidados paliativos (tratamento de pacientes com doenças em estado terminal ou incuráveis) e, recomendações explícitas sobre os tratamentos de fertilização.
O Código também faz recomendações expressas aos médicos para que colham o assentimento do menor de idade em qualquer ato médico a ser realizado, independente do menor estar devidamente representado pelos pais, pois, a criança tem o direito de saber o que será feito com o seu corpo.
Também evoca aos médicos para que não fiquem submissos à pressão de hospitais e clínicas, no sentido de atender um número maior de pacientes por dia, provavelmente, em razão da grande demanda de atendimento dos planos de saúde e do próprio sistema único de saúde.
De igual forma, houve um reforço na proibição de comércio de qualquer medicamento, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, ou ainda, o recebimento de qualquer tipo de comissão/favorecimento da indústria farmacêutica por produtos prescritos, porém não adequados ou desnecessários ao paciente. Foi proibido também estabelecer vínculo com empresas de financiamento, cartões de desconto ou consórcios para procedimentos médicos.
Sobre o prontuário médico, além de dispor a necessidade de ser legível, foi proibida a permissão de manuseio e conhecimento dos prontuários médicos por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional, quando da responsabilidade do médico.
Outra preocupação do Código foi deixar mais evidente o dever dos médicos de informarem com precisão, sobre o patrocínio em ocasiões de apresentações, palestras, conferências ou trabalhos técnico-científicos. E ainda, a obrigatoriedade de registrar o Título de Especialista junto ao Conselho Regional em que é inscrito. Aqui vale um parênteses: Temos a constatação de que embora hajam muitos médicos especialistas, poucos se preocupam em registrar seu título de especialista junto ao Conselho, agora, aquele médico que se intitular especialista e não tiver seu título registrado no CRM poderá sofrer as sanções do Código.
Por fim, a nosso ver, as grandes mudanças que podem trazer algum benefício na área de defesa dos médicos, em suas questões de má prática médica, são encontradas no Capítulo III – Responsabilidade Profissional e, abordam algumas colocações inusitadas, que podem ajudar a clarear posicionamentos dos juízes em processos judiciais, por vezes, desprovidos de conceitos muito pré-definidos, quais sejam:
a) A pessoalidade do médico na sua atuação profissional, ou seja, ficou evidenciado pelo Código, o caráter intuito personae da relação médico-paciente, o que significa dizer que, a responsabilidade civil do médico é pessoal, prescinde de culpa (negligência, imprudência ou imperícia), não podendo ser presumida, portanto, não se operando a responsabilidade civil objetiva, embora haja uma tendência mundial caminhando para a objetividade da responsabilidade civil profissional. Alguns Tribunais do país dizem em seus acórdãos que a culpa do médico deve ser certa, ou seja, que não pode ser presumida, porém, não havia nenhuma Resolução que abordasse isso de forma expressa.
b) A relação médico-paciente não é de consumo, ou seja, ficou evidenciado pelo novo Código que, quando essa relação é pessoal, não deve ficar sujeita as regras do Código de Defesa do Consumidor, isto é, uma novidade, pois, embora o Código de Ética Médica seja apenas uma Resolução que regulamenta o exercício da medicina, não havia nenhum tipo de documento legal, dizendo que, a relação médico-paciente não é de consumo e que, a relação de consumo só deve acontecer quando não há contratação dos serviços médicos intuito personae (relação personalíssima). Da mesma forma, podemos deduzir dessa afirmação que, quando a relação é personalíssima não deve haver inversão do ônus da prova, pois, quando o juiz concede a inversão, ele acaba sinalizando que, no seu entender já há culpa presumida do médico.
c) As causas de excludente da culpa também ficaram mais claras, reconhecendo que podem existir fenômenos imprevisíveis e inevitáveis na medicina, afinal não é uma ciência exata, sendo que no Direito Civil, a imprevisibilidade está ligada ao caso fortuito e a inevitabilidade está ligada a força maior.
d) A culpa pode ser exclusiva do paciente entendida naqueles casos em que o paciente abandona o tratamento, acarretando-lhe danos a sua saúde, o que exclui assim, a culpa do médico (o dano não decorreu da atividade médica e sim de abandono do tratamento ou de outras situações anteriores a atuação médica).
Por fim, podemos dizer que, em geral, as mudanças foram benéficas ao médico e, à sociedade também, já que permanecem prevalecidos os deveres do médico em relação aos pacientes, só que agora, de uma forma muito mais justa e clara.
Quanto as novas disposições relacionadas à responsabilidade profissional introduzidas nesse Código, embora desprovidas de força de Lei em face de pacientes e terceiros, podem ajudar a consolidar conceitos doutrinários não utilizados ou deixados de lado pela Doutrina e Jurisprudência atuais e, dessa forma, os médicos estarem afastados de situações despropositadas que sejam oportunizadas por um sistema judiciário, por vezes que, desconhece como as coisas acontecem na medicina.
A partir desse apanhado geral, iniciaremos na seqüência, um artigo semanal detalhando comentários e reflexos que cada artigo modificado traz ao médico.
Texto escrito por Juliane Pitella – Advogada e sócia da ELP Eugenio de Lima e Pitella Advogados – Consultoria Jurídica e de Negócios Especializada na Área da Saúde.
Site: www.advsaude.com.br. E-mail: advsaude@uol.com.br, fones: (11) 3142-8828 / 3142-8826 / 3142-8825. Skype: elpsaude
Notícia sobre Reforma do Sistema de Saúde dos EUA
O projeto de reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos foi aprovado pela Comissão de Finanças do Senado. A primeira vitória do presidente democrata Barack Obama na batalha para realizar a reforma contou com a ajuda de uma republicana: senadora Olympia Snowe do Estado de Maine, a única do seu partido a votar no projeto que passou pelo placar de 14 a 9.
O The New York Time lembra que, apesar da mãozinha da Senadora, o projeto terá um caminho duro no Senado e na Câmara.
Risco de morte aumentado para mulheres que não fazem mamografias
Pesquisa publicada em 15 de outubro de 2009 pela Elsevier Global Medical News, afirma que 75% das mortes ocasionadas por câncer de mama ocorrem em mulheres que não faziam o exame da mamografia.
A pesquisa envolveu 6.977 pacientes com a doença diagnosticada entre 1990 e 1999, com acompanhamento até 2007
Veja mais informações em:
FAQ sobre climatério e Menopausa
No dia 18/10 comemora-se o Dia Mundial da Menopausa. Por conta disso selecionamos este compendio, com informações para suas pacientes.
Mulheres que fazem acompanhamento médico podem amenizar sintomas comuns do climatério como fogachos (ondas de calor), irritabilidade e alterações menstruais
A menopausa marca o final do período reprodutivo feminino e tem início após a ocorrência do último ciclo menstrual na mulher, gerada pela redução na produção dos hormônios estrógeno e progesterona. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2030, mais de 1 bilhão de mulheres estarão na menopausa. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que mais de 13,5 milhões passam pelo climatério. Neste período, são comuns as dúvidas femininas sobre temas como sexualidade, qualidade de vida, sintomas gerais e reposição hormonal. A seguir, o ginecologista César Eduardo Fernandes, professor da Faculdade de Medicina do ABC e presidente do conselho científico da Associação Brasileira do Climatério (SOBRAC), comenta algumas questões que envolvem esta fase da vida da mulher.
1. Quais são as fases que caracterizam o climatério e os principais sintomas de cada etapa?
Dr. César Eduardo Fernandes – O climatério pode ser dividido em três etapas que se diferenciam por suas particularidades: perimenopausa, menopausa e pós-menopausa. Durante a perimenopausa, a menstruação se torna irregular, sendo que esta fase se caracteriza pela presença progressiva de sintomas como fogachos (ondas de calor), transpiração excessiva, irritabilidade, insônia, alterações de humor e alterações menstruais. Já a menopausa, se caracteriza pela ausência de menstruação por um período de 12 meses consecutivos. A pós-menopausa surge quando a parada menstrual seguirá definitivamente por toda a vida da mulher. Entre as principais manifestações desta etapa encontram-se a redução da secreção vaginal, que pode provoca dor na relação sexual e falta de libido. Também, em decorrência da deficiência hormonal deste período e da atrofia urogenital subjacentes, não são incomuns o aumento da frequência das micções, a incontinência urinária e manifestações de secura e ardor vaginal. A mulher pode apresentar ainda insônia, depressão, tontura e cansaço, entre outros sintomas.
2. Como estes sintomas podem ser amenizados?
Dr. Fernandes – No dia a dia, a mulher pode se preparar para enfrentar os fogachos, que ocorrem em função das alterações dos níveis de hormônios, com hábitos de vida saudáveis que incluem, entre outros, a prática regular de exercícios físicos, uma dieta balanceada para evitar o ganho de peso e o aumento do risco cardiovascular. Também é recomendável a prática de alguma atividade para interagir com outras pessoas, por proporcionar ganhos emocionais que podem minimizar o risco de eventuais transtornos do humor, a exemplo dos quadros depressivos. Claro que um acompanhamento médico regular pode oferecer o suporte necessário para se contrapor aos incômodos próprios desta etapa da vida, bem como para que se adotem medidas preventivas contra eventuais doenças que possam surgir nesta fase.
3. A menopausa diminui a libido feminina?
Dr. Fernandes – A menopausa diminui a elasticidade e a lubrificação da vagina, o que pode prejudicar o relacionamento sexual, principalmente por se tornar dolorido. Por este motivo, algumas mulheres passam a evitar o contato íntimo com seus parceiros. Os níveis hormonais têm influência direta sobre este contexto adverso da sexualidade que algumas mulheres apresentam neste momento de suas vidas. Mais uma vez, uma conversa franca com o seu médico de confiança pode ajudar a compreender o que está acontecendo e subsidiar medidas terapêuticas que ajudam a atenuar estas manifestações. Nunca é demais enfatizar que manter uma vida sexual ativa e prazerosa contribui para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
4. As mulheres que estão neste período têm uma maior predisposição para doenças cardiovasculares?
Dr. Fernandes – A redução hormonal, principal característica da menopausa, faz com que a mulher perca a proteção estrogênica (hormônio feminino que auxilia na proteção das artérias). Neste período, é muito importante que a mulher se previna contra os fatores que trazem um maior risco cardiovascular, como: controlar a hipertensão arterial, o diabetes mellitus e o colesterol elevado, abandonar o cigarro, praticar atividade física (pelo menos 30 minutos de 3 a 6 dias por semana) e buscar uma dieta equilibrada e rica em frutas, verduras e vegetais.
5. Todas as mulheres precisam realizar a terapia hormonal?
Dr. Fernandes – A decisão clínica de iniciar ou de dar continuidade à terapia hormonal (TH) deve levar sempre em consideração a peculiaridade de cada caso, em particular procurando-se individualizar o regime terapêutico a ser adotado, as doses e vias a serem empregadas e o tempo de utilização dos hormônios. A terapia hormonal tem indicações bastante definidas e aceitas consensualmente na literatura médica como alternativa para o alívio dos sintomas do climatério. Um ponto relevante a se considerar TH é a sua composição. Neste particular, as substâncias que atuam à semelhança da progesterona, denominadas genericamente de progestagênios, podem fazer grande diferença. Por atuarem globalmente sobre o organismo feminino, os progestagênios promovem ações sobre a saúde da usuária, particularmente sobe o processo aterogênico e risco cardiovascular que, naturalmente, vão além do seu propósito inicialmente considerado que era o de proteger o endométrio do risco de câncer. Alguns progestagênios ganharam a simpatia dos médicos por serem mais seguros em relação ao risco cardiovascular. Entre estes, merece citação a drospirenona que, associada ao estradiol, tem mostrado em vários estudos bem conduzidos, contribuir para a redução nos níveis pressóricos em pacientes hipertensas, além de propiciar alívio dos sintomas menopáusicos e não influenciar no ganho de peso.
6. Existem contraindicações para a reposição hormonal?
Dr. Fernandes – O médico deve verificar se a paciente possui antecedentes ou riscos elevados de algumas doenças como manifestações anteriores de trombose ou tromboembolismo, câncer de mama, câncer de endométrio e doença hepática. Também deve estar atento à eventuais casos de sangramento vaginal não diagnosticado, que deverá ser esclarecido quanto à sua causa antes do início da terapia de reposição hormonal.
7. A terapia hormonal traz benefícios para as mulheres?
Dr. Fernandes – Dos vários tratamentos disponíveis para os sintomas da menopausa, a terapêutica hormonal é a mais indicada, pois demonstra eficácia no alívio dos sintomas que supera qualquer alternativa não hormonal em estudos que comparem as suas eficácias relativas. Além disso, oferece benefícios que extrapolam aos do próprio alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida; proporciona proteção contra a perda de colágeno e atrofia da pele, e ainda conserva a massa óssea com consequente redução no risco de fraturas por osteoporose, que são comuns nesta etapa da vida da mulher.
Fonte: Assessoria de Imprensa