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Educação, Comunicação e Tecnologia
Reinaldo Passadori entrevista Rudy Rocha e falam sobre educação, comunicação e tecnologia dentro das organizações.
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Câncer: uma corrida contra o tempo
Artigo do presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Prof. Dr. Antônio Carlos Lopes
Há exatos 10 anos, o brasileiro nascia com a expectativa de viver, em media, 70 anos. Neste período, houve um acréscimo de 3 anos e 10 dias nessa expectativa, passando a 73 anos, 5 meses e 24 dias, segundo o estudo “Tábuas Completas de Mortalidade do IBGE”.
O aumento na expectativa de vida é um fenômeno mundial, verificado na grande maioria dos países. Com a tendência de envelhecimento da população, a ONU estima que a faixa com mais de 60 anos triplique nas próximas quatro décadas.
É exatamente esta população que mais sofre com doenças como o câncer. Este é um dos fatores que nos levam aos altos índices da doença no Brasil. É claro que a piora da qualidade de vida, os péssimos hábitos alimentares e o aumento dos índices de sedentarismo e tabagismo são outros fatores de risco importantes.
O conhecimento que temos hoje pode nos ajudar a evitar que problemas atuais prossigam em escala crescente. Porém, a falta de vagas nos hospitais, número insuficiente de profissionais capacitados para o atendimento e escassa destinação de recursos para a saúde pública precisam ser encarados urgentemente, em prol dos cidadãos e dos princípios de cidadania, o chamado Estado Democrático de Direito.
Hospitais de ponta, equipamentos modernos, medicamentos de última geração e profissionais qualificados existem no país, mas o difícil é permitirem o acesso dos pacientes mais necessitados.
Para se ter uma ideia, o Hospital de Câncer de Barretos (HCB) e sua filial, em Jales (São Paulo-SP), são referências no país e no exterior e sofrem com a fragilidade de nossas políticas públicas de saúde. Diariamente, deixam de atender um total de 450 pacientes por falta de mão de obra especializada, fato foi amplamente noticiado pela imprensa há cerca de 3 meses.
Maior e uma das mais qualificadas instituições na área oncológica em território nacional, o Hospital do Câncer de Barretos ainda assim assiste cerca de 3 mil pacientes por dia, exclusivamente via Sistema Único de Saúde (SUS). Isso só é possível por conta de inúmeras doações recebidas ao longo do ano. Somente a tradicional Festa do Peão, realizada anualmente, foi responsável por trazer à instituição R$ 3,7 milhões em 2011.
Também à base de doações foi inaugurado recentemente o Centro de Oncologia Clínica e Experimental (COCE) da Escola Paulista de Medicina da Unifesp. Trata-se de um serviço de excelência para o tratamento do câncer, formação de médicos e pesquisa, além de um pólo para capacitação de profissionais de regiões mais afastadas. São iniciativas como esta que trazem esperança àqueles que sofrem com a doença, a seus familiares, amigos, e também a médicos, profissionais de saúde e gestores, que, muitas vezes, ficam de mãos atadas diante da indisponibilidade de atender adequadamente à demanda.
Qual a saída para um profissional que sai da faculdade com o compromisso social de garantir atendimento de alto nível aos pacientes, mas recebe salários insuficientes para pagar as contas no fim do mês? De que adianta a vontade de fazer a diferença, se aqueles que realmente têm o poder de decisão pensam diferente, tratando como prioridades vaidades e disputas pessoais.
Prova disso é a recente aprovação da Lei Complementar nº 141/2012, que regulamenta a Emenda Constitucional 29, que ao invés de atrair mais recursos para a área da saúde, seu principal propósito, manteve as bases de cálculo da União nos parâmetros atuais. Dessa forma, sem a garantia legal de investimentos federais de 10% da Receita Corrente Bruta (RCB) no setor, deixamos de arrecadar R$ 35 bilhões. Um desrespeito, sobretudo, com os nossos pacientes.
Por outro lado, precisamos reconhecer o trabalho do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que tem lutado em prol da equidade no atendimento médico, na busca de condições para que o doente de câncer receba o tratamento desejado. Devemos apoiar suas políticas de saúde, pois se trata de um médico que sabe olhar para as necessidades de médicos e doentes.
Um diagnóstico de câncer é sempre a largada para uma corrida contra o tempo. Cabe a todos aqueles que não suportam mais assistir a tudo isso, se engajar na luta por uma saúde mais digna para todos.
Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
SPPT sobre Amianto
Nota da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) a propósito da interpelação judicial do Dr. Hermano Albuquerque de Castro por parte de Instituto ligado à indústria do amianto no Brasil
A SPPT manifesta seu repúdio à tentativa de cerceamento do direito de expressão e de intimidação do médico pneumologista e pesquisador da Fiocruz Dr. Hermano Albuquerque de Castro por parte do Instituto Crisotila, instituição defensora do uso do amianto no Brasil.
As declarações do Dr. Hermano que motivaram a ação da referido Instituto estão em conformidade com o conhecimento científico disponível na literatura internacional. Além disso, contribuem para o esclarecimento da população sobre os riscos à saúde decorrentes do uso da mencionada fibra, exercendo assim uma função prioritária do médico.
As fibras de amianto são cancerígenas – conforme atestam milhares de publicações científicas – e assim são classificadas pela Agência de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde, por agências ambientais dos EUA, da UE e pela legislação nacional (Anexo II do Decreto 3.048/99 e Portaria do Ministério da Saúde GM 1.339/99);
Não existe limite mínimo seguro para exposição a cancerígenos.
Materiais de fibrocimento com asbesto, por óbvio contém a fibra.
Perfurar, raspar, abrasar estes materiais são ações que liberam poeira com a fibra.
Por estas razões vimos manifestar nossa solidariedade e apoio ao pesquisador contra o ataque que sofre dos defensores do uso de um dos reconhecidos produtos cancerígenos.
São Paulo 14 de fevereiro de 2012
Ubiratan de Paula Santos
Médico e coordenador da Comissão de Saúde Ocupacional e Ambiental da SPPT
Mônica Corso Pereira
Presidente da SPPT
Informações para a imprensa
Acontece Comunicação e Notícias
Monica Kulcsar ou Juliana Machado
(11) 3873-6083 / 3871-2331
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Educação e Preparação para Acreditação – Consórcio Brasileiro de Acreditação CBA/JCI
Obs.: Este material foi realizado pelo CBA. A Conexão Médica está apenas divulgando a iniciativa, não tendo qualquer envolvimento com a atividade.
Revista Clinics. Artigo comentado: VULNERABILIDADE A AIDS
Programa
Comentários de artigos da Clinics
Tema
Artigo selecionado da edição de Janeiro/2012, comentado pelo Editor Chefe da Clinics, o Prof. Dr. Maurício Rocha e Silva
Descrição
Revista Clinics. Artigo comentado: VULNERABILIDADE A AIDS ENTRE IDOSOS NUM CENTRO URBANO NO BRASIL CENTRAL.
Revista Clinics. Artigo comentado: O IMPACTO DO DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO
Programa
Comentários de artigos da Clinics
Tema
Artigo selecionado da edição de Janeiro/2012, comentado pelo Editor Chefe da Clinics, o Prof. Dr. Maurício Rocha e Silva
Descrição
Revista Clinics. Artigo comentado: O IMPACTO DO DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO NA ADESÃO AO TRATAMENTO EA DURAÇÃO ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VITIMIZADOS, EM SÃO PAULO, BRASIL
Revista Clinics. Artigo comentado: EFEITOS PARADOXAIS DA MORTE CEREBRAL
Programa
Comentários de artigos da Clinics
Tema
Artigo selecionado da edição de Janeiro/2012, comentado pelo Editor Chefe da Clinics, o Prof. Dr. Maurício Rocha e Silva
Descrição
Revista Clinics. Artigo comentado: EFEITOS PARADOXAIS DA MORTE CEREBRAL E TRAUMA NA MICROCIRCULAÇÃO MESENTÉRICA ASSOCIADA A RATOS: UM ESTUDO MICROSCÓPICO INTRAVITAL.
Revista Clinics. Artigo comentado: THE EFFECTS OF HEATED VEGETABLE OILS BLOOD PRESSURE IN RATS
Programa
Comentários de artigos da Clinics
Tema
Artigo selecionado da edição de Dezembro/2011, comentado pelo Editor Chefe da Clinics, o Prof. Dr. Maurício Rocha e Silva
Descrição
Revista Clinics. Artigo comentado: THE EFFECTS OF HEATED VEGETABLE OILS BLOOD PRESSURE IN RATS
Revista Clinics. Artigo comentado: MODERATE EXERCISE TRAINING
Programa
Comentários de artigos da Clinics
Tema
Artigo selecionado da edição de Dezembro/2011, comentado pelo Editor Chefe da Clinics, o Prof. Dr. Maurício Rocha e Silva
Descrição
Revista Clinics. Artigo comentado: MODERATE EXERCISE TRAINING PROMOTES ADAPTATIONS IN CORONARY BLOOD FLOW AND ADENOSINE PRODUCTION IN NORMOTENSIVE RATS
Sou médico, meu trabalho tem valor
O titulo deste artigo foi slogan de uma campanha das entidades médicas nacionais em 2004, pela valorização do trabalho médico e da medicina. Passados quase oito anos, a situação pouco mudou, a despeito da luta incessante de instituições como a Associação Médica Brasileira (AMB).
É certo que conquistas foram obtidas, como no recente movimento na saúde suplementar. Em vários estados do Brasil operadoras de saúde promoveram reajustes em consultas durante 2011. No entanto, ainda não chegaram aos patamares mínimos reivindicados pelos médicos nem resolveram a dramática defasagem dos demais procedimentos.
A exploração do trabalho médico impacta diretamente a qualidade da medicina, assim como a assistência aos cidadãos. Para quitar suas contas e garantir a sobrevivência, médicos são obrigados a acumular diversos empregos, cumprindo jornadas de 60, 70 ou mais horas semanais. Indivíduo algum, seja de que área for, consegue manter a excelência do seu trabalho com tamanha sobrecarga.
Mais alarmante ainda é ver que a problemática da desvalorização do médico e da medicina parece atender a uma política deliberada. Se juntarmos algumas peças do quebra-cabeça da saúde é a essa conclusão que chegaremos fatalmente, lamentavelmente. Vamos mudar esse rumo!
O Brasil é um dos países que menos investe em saúde no mundo. Meses atrás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou relatório anual com dados sobre a saúde no mundo, entre eles os investimentos no setor por Pais. Entre os 192 avaliados, ocupamos a medíocre 151º posição. Aqui, a parcela do orçamento reservada à saúde é em torno de 7%. A média africana, extremamente mais pobre e com inúmeross problemas sociais, é de 9,6%.
O Sistema público de saúde (SUS) sofre com recursos insuficientes, impedindo a prática da boa medicina. A triste consequência surge com significativa parcela de profissionais qualificados afastando-se cada vez mais da rede pública. Isso sem falar nos salários irrisórios; na tabela do SUS que (só a título de exemplo) remunera uma consulta básica de clínico geral, ginecologista e pediatra em menos de R$ 3,00; na falta de um plano de cargos e vencimentos, de uma carreira de estado, na violência nas periferias, entre tantos outros complicadores.
Tem sido conhecida por todos as péssimas condições de trabalho e de assistência no SUS, ocasionando frustração e desmotivação. Graves obstáculos ao atendimento adequado marcam o dia a dia de postos de saúde, ambulatórios e hospitais. Quanto mais carente a região e mais necessitada a população pior é o quadro, bem evidenciado nas longas filas de espera por consultas, exames e cirugias. Angustia-nos ver pacientes jogados em macas no meio de corredores, falta de profissionais, de medicamentos e equipamentos. Mortes evitáveis ocorrem, especialmente nas grandes emergências.
Se já consideramos o retrato da saúde pública algo como filme de guerra, vejamos o que mais tem por aí: nos últimos anos faculdades de medicina foram criadas às dezenas de norte a sul do Brasil, a maior parte delas escolas privadas (estarão visando somente o lucro?) sem estrutura mínina para formar bons médicos. Falamos de cursos sem hospital escola, com corpo docente não adequadamente qualificado, bibliotecas precárias, grade pedagógica deficiente.
O resultado é o que vimos dias atrás, quando o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo apresentou o resultado das avaliações de prova facultativa com estudantes do último ano de medicina. Quase metade deles não sabe interpretar uma radiografia, fazer um diagnóstico após receber as informações dos pacientes. Metade também faria o tratamento errado para infecção na garganta, meningite e sífilis e não é capaz de identificar uma febre alta como fator que eleva o risco de infecção grave em bebê. Em outras palavras: o que podemos esperar?, e nossos filhos, pais, amigos e parentes de pessoas formadas com tamanha insuficiência de conhecimento? É, de fato, assustador.
Poderíamos parar por aqui para alicerçar o argumento de que médicos e medicina sofrem ataque deliberado nos últimos anos, assim como a assistência à população. Só que há mais, muito mais. Agora mesmo o governo federal, com a cumplicidade de alguns estados, sinaliza com a possibilidade de facilitar a revalidação de diploma de médicos brasileiros formados na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) de Cuba. Comenta-se que a idéia é permitir que façam estágio em hospitais públicos, recebendo bolsa (com recursos de nossos impostos), enquanto fazem cursinho de reforço para se preparar para uma prova. Um absurdo, que merece o devido parecer do Ministério Público Federal. Porque essa predileção por Cuba? Não somos contra médicos formados fora do Brasil virem morar e trabalhar aqui, todavia defendemos direito igual para todos.
Existe o REVALIDA, devidamente chancelado pelo Ministério da Educação e que deve ser nesse momento o caminho para todos aqueles que querem revalidar seu diploma conseguido no exterior. Fortaleçamos o REVALIDA e não permitamos que qualquer faculdade ou universidade faça revalidação de diploma fora desse contexto.
Defendemos o sistema público de saúde (SUS). Não é possivel o SUS continuar com recursos insuficientes e profissionais desvalorizados. Ao fazer vistas grossas à má formação e facilitar o ingresso na linha de frente da assistência de quadros não capacitados formados no exterior, afronta-se as reais necessidades dos cidadãos brasileiros, coloca-se em risco a saúde e o bem-estar dos pacientes, desvaloriza-se os bons médicos e bombardeia-se a nossa medicina – hoje ainda uma referência como excelência.
Como presidente recém-empossado da Associação Médica Brasileira (AMB), registro publicamente para que fique bem claro: reagiremos à altura em nome da boa prática médica e da adequada assistência ao povo brasileiro. Jamais defenderemos castas, pois queremos uma mesma medicina para todos. Deve prevalecer sempre o mérito e não viéses surgidos de arroubos, que não sabemos que interesses defendem. Sou médico e tenho compromisso com a vida, com a medicina e com a saúde da população.
Florentino Cardoso
Presidente da Associação Médica Brasileira