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Medicina Narrativa: uma abordagem humanizada ao atendimento
A Columbia University Medical Center, em Nova York, lançou um programa especifico para o desenvolvimento da medicina narrativa. O principal objetivo é capacitar médicos e profissionais de saúde em competêncas e habilidades especificas de COMUNICAÇÃO, objetivando estabelecer um melhor contato com os pacientes.
A diretora executiva da universidade, a Dra. Rita Charon, aponta que as maiores críticas feitas pelos pacientes são que os médicos não ouvem os pacientes e que os pacientes se sentem sozinhos nas suas doenças.
O método baseia-se no diálogo e no incentivo ao paciente para que este fale mais sobre sua condição, suas aflições, angústias e percepções. Espera-se, assim, aprimorar a empatia e a ressonância percebida pelo paciente.
Leia mais em: http://www.healthfinder.gov/news/newsstory.aspx?Docid=661203&source=govdelivery
Medicamento para ASMA passa a ser distribuído gratuitamente pelo SUS
Da Agência Saúde.
Pesquisa associa suplementos de cálcio com aumento de IAM
O estudo foi publicado no periódio HEART. Envolveu cerca de 24.000 pessoas, monitoradas por mais de 10 anos. A conclusão é que o braço intervenção, que tomou o suplemento de cálcio, apresentou um risco de ataque cardíaco 86% maior em relação ao grupo controle.
Segundo os pesquisadores, uma dieta balanceada, com a ingestão de doses adequadas de cálcio, é a maneira correta de ingerir as quantidades necessárias do mineral, sem necessidade dos suplementos. A suposição dos pesquisadores é que os suplementos elevam artificial e excessivamente os níveis de cálcio no organismo logo após a sua ingestão. Isso não ocorre com a ingestão normal de cálcio nos alimentos, que ocorre sempre de forma gradual. Esses picos de concentração, segundo os pesquisadores, são os responsáveis pelo aumento do risco cardíaco.
Outra pesquisa na mesma linha foi recentemente publicada no British Medical Journal. Nele foi estudada a condição de mulheres na menopausa. As conclusões são similares. Link para o artigo: http://ebm.bmj.com/content/17/1/16.short
Hipertensão, diabetes e obesidade em ascensão no mundo…
Os dados foram divulgados no relatório “Estatísticas da Saúde Mundial 2012″, lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na quarta-feira (16/05), contendo informações de 194 países.
“Este relatório é mais uma evidência do aumento dramático nas condições que acarretam as doenças do coração e outras doenças crônicas, particularmente em países de baixa e média renda,” disse a Diretora-Geral da OMS, Margaret Chan.
“Em alguns países africanos, quase a metade da população tem pressão alta.” No mundo, um em cada três adultos sofre desse problema. Cerca de 10% da população mundial vive com diabetes. Se não for tratada, pode ocasionar doenças cardiovasculares, cegueira e insuficiência renal.”
O aumento da obesidade também é destacado no documento como um grande risco para a saúde. “Em todas as regiões do mundo, a obesidade duplicou entre 1980 e 2008″, disse o Diretor do Departamento de Estatísticas de Saúde e Informática da OMS, Ties Boerma. “Hoje, meio bilhão de pessoas – 12 % da população – são consideradas obesas.”
Algorítmo do Google usado no tratamento de câncer
Pesquisadores da Dresden University of Technology foram capazes de classificar cerca de 20 mil proteínas por sua relevância genética na progressão do câncer de pâncreas. O estudo foi publicado na revista PLoS Computational Biology.
A equipe fez uso do fato de que as proteínas numa célula são ligadas por uma rede de interações físicas e regulamentares. “Uma vez que adicionamos a informação de rede em nossa análise, os biomarcadores tornaram-se mais reprodutíveis”, explica Christof Winter.
Usando o algoritmo do Google e esta rede de informação, os investigadores encontraram uma sobreposição considerável com um estudo anterior da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA. Nesta sobreposição, a equipe foi capaz de identificar uma proteína que pode avaliar a agressividade do câncer do pâncreas. No entanto, os autores do estudo destacam que mais estudo são necessários antes que estes novos biomarcadores possam ser utilizados na prática clínica.
Pesquisa americana correlaciona positivamente escolaridade e níveis de saúde
O nível de escolaridade e o nível de renda estão dfiretamente associados a uma melhor saúde, de acordo com pesquisa publicada pelo CDC – Centers for Disease Control and Prevention’s National Center for Health Statistics.
A pesquisa descobriu que pessoas mais educadas com rendimentos mais elevados sofrem menos de doenças crônicas e vivem mais do que os pobres menos instruídos. “Não ter educação e ser pobre é prejudicial a sua saúde”, disse a co-autora Amy Bernstein, diretora de projetos da divisão de análise e de epidemiologia dos Centros de Controle de Doenças e Prevenção do Centro Nacional para Estatísticas de Saúde.
Isso é em parte porque as pessoas com menos vantagens muitas vezes têm hábitos de saúde que incluem pior dieta, menos exercício e tabagismo, explicou.
“É frustrante para a comunidade de saúde pública que isso não está mudando. Queremos eliminar as disparidades de saúde“, disse Bernstein (em referência ao sistema americano de saúde).
Por exemplo, 44 por cento das pessoas abaixo do nível da pobreza têm uma deficiência, em comparação com 24 por cento acima da linha da pobreza, disse ela. “Estas são diferenças muito grandes. Estar abaixo da linha de pobreza é muito ruim para sua saúde“, disse Bernstein.
Os destaques do relatório incluem:
- 24% dos rapazes e 22 % das mulheres eram obesas em casas onde os pais não se graduaram no ensino médio.
- 11% dos rapazes e 7% das raparigas eram obesas em casas onde os pais tinham um diploma universitário.
- Até 43 % das mulheres com idades entre 25 e mais, sem um diploma universitário, são obesas. A obesidade entre os homens não se alterou com a educação.
- 31% dos adultos com um diploma do ensino médio ou menos são fumantes, comparados com 9 % das pessoas com um diploma universitário.
- No geral, o tabagismo caiu de 21% em 2006 para 19 % em 2010.
- Homens com 25 anos, sem diploma de ensino médio, vivem cerca de nove anos a menos do que os homens com um diploma universitário. Para as mulheres, era cerca de oito anos a menos. Isso significa um aumento nesta disparidade de cerca de dois anos desde 1996.
Além de renda e as disparidades educacionais, os pesquisadores também descobriram:
- Metade de todos os adultos não faz atividades aeróbicas, especialmente os adultos mais velhos.
- Aumentou ligeiramente a proporção de mulheres fazendo mamografias (67 por cento em 2000, 70 por cento em 2010).
- Aumentou a incidência de câncer de cólon, com o aumento da taxa de 34 por cento em 2000 para 59 por cento em 2010.
Dr. David Katz, diretor do Centro de Pesquisa e Prevenção da Universidade de Yale School of Medicine, disse que “a boa notícia é a expectativa de vida subiu, algumas disparidades estreitaram-se e algumas medidas-chave da qualidade dos cuidados de saúde do país, tais como a mortalidade infantil – melhoraram. A utilização de serviços clínicos, incluindo serviços de prevenção, também melhorou um pouco ao longo do tempo “.
“A maior oportunidade para melhorar a saúde reside no campo dos comportamentos de estilo de vida – Evitar o tabaco, manter uma alimentação saudável, realizar atividade física rotineira“, disse Katz.
Outro elemento preocupante é a associação entre menor escolaridade e piores resultados de saúde, Katz acrescentou. “Impedimentos financeiros para uma educação de qualidade podem se traduzir em custos de saúde para baixo da linha.
Comparado com muitos outros países, os Estados Unidos gastam mais em saúde e “tem menos saúde para mostrar para ele”, disse Katz.
Mais informações:
(Fontes: Amy B. Bernstein, D.Sc., project director, U.S. Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Health Statistics, division of analysis and epidemiology; David L. Katz, M.D., M.P.H., director, Prevention Health Center, Yale University School of Medicine, New Haven, Conn.; May 16, 2012, CDC report, Health, United States, 2011)
Curso de Ecocardiografia Fetal
A Dra. Lindsey Allan ministrará no CETRUS, centro de referência do ensino em Diagnóstico por Imagem, um curso avançado em Ecocardiografia Fetal.
Considerada a “papisa” da área, é professora de cardiologia pediátrica em Londres e membro de diversas sociedades médicas internacionais de prestigio.
O curso, com duração de 2 dias abordará temas como, defeitos de septo átrio-ventriculares, síndrome da hipoplasia do coração esquerdo, tetralogia de Fallot, transposição das grandes artérias, atresias tricúspide e pulmonar, coarctação de aorta, dupla via de saída de VD e transposição corrigida de grandes artérias, anomalias de arco aórtico, defeito de septo interventricular, miscelânea – Malformações, arritmias cardíacas, diagnósticos precoces e resultados neonatais. A Dra. Lindsey Allan fará ainda demonstrativos em pacientes com patologias.
CV Dra. Lindsey Allan
- Graduado pela Universidade de Glasgow, Escócia, em 1969.
- Residência médica em pediatria e cardiologia na enfermaria Ocidental, Glasgow.
- Fellow em genética médica no Hospital for Sick Children, em Glasgow e cardiologista pediátrica no Guy’s Hospital, Londres.
- Professor de Cardiologia Pediátrica, UMDs, Universidade de Londres.
- Fellow da Royal College of Physicians e membro de diversas sociedades médicas de prestígio.
CV Dr. Fábio Peralta
- Mestre e Doutor em Medicina pela USP.
- Pós-Doutorado em Medicina Fetal – Kings College Hospital – London.
- Membro da The Fetal Medicine Foundation.
- Médico Assistente e Professor da Pós-Graduação da UNICAMP.
- Professor responsável pelo Setor de Medicina Fetal do CETRUS.
Mais informações: marketing@cetrus.com.br
Aprovado Projeto de lei que torna crime exigir cheque caução
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (2), por unanimidade, o Projeto de Lei 3331/2012, que torna crime a exigência de cheque-caução, nota promissória ou mesmo o preenchimento de formulários administrativos como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial. A proposta segue agora para votação no Senado.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comemorou a aprovação da medida, que ainda eleva a pena se a negativa de atendimento resultar em lesão corporal de natureza grave. “Aquilo que era uma resolução passa a ser crime previsto pelo Código Penal. Essa é uma forma de punir e até triplicar a punição em caso de morte”, explica.
O projeto, elaborado pelos ministérios da Saúde e da Justiça, também aumenta a pena para instituições e profissionais que condicionarem o atendimento médico emergencial a qualquer tipo de garantia financeira. A pena definida pelo projeto é de detenção de três meses a um ano e multa. “A expectativa do ministério é coibir o crime, que é exigir a cobrança de qualquer pagamento antes que se salve a vida de quem precisa de atendimento”.
Também passa a ser obrigatória a divulgação de cartaz alertando para a nova regra. “Essa medida reforça o conhecimento da população sobre seus direitos na hora de um atendimento emergencial”, diz o ministro, que afirma ainda que o próximo passo é avançar para a regulação do atendimento dos serviços de urgência e emergência dos hospitais privados. “Ainda esperamos a aprovação no Senado, mas a assistência ao paciente nas emergências sempre será prioridade absoluta”, completa o ministro.
Da Agência Saúde
Como viver para ter mais de 100 anos (TED)
Para descobrir o caminho para uma vida longa e saudável, Dan Buettner e sua equipe estudam as “Zonas Azuis” do mundo, comunidades cujos idosos vivem com disposição e vigor até idades estabelecedoras de recordes. No TEDxTC, ele compartilha as 9 dietas comuns e hábitos de vida que os mantêm ágeis acima dos 100 anos.
Medicina personalizada: o futuro é agora e deve estar acessível a todos
Nise Yamaguchi **
Pensar a medicina de forma individualizada, respondendo às características genéticas de cada paciente, é um desafio mundial. No Brasil, centros de excelência, como o Instituto do Coração, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Escola Paulista de Medicina-Unifesp, caminham a passos céleres nesse sentido. O mesmo ocorre faz algum tempo no Instituto Avanços em Medicina, instituição que administra, de forma pioneira e com sucesso, tratamentos personalizados aos portadores de cânceres, baseados nas características próprias dos tumores, sempre priorizando a humanização.
Se um tumor expressa determinados genes, proteínas específicas e particularidades moleculares, o tratamento é ministrado para aquele tipo de tumor, para aquela assinatura genética. São alvos teleguiados, como anticorpos monoclonais ou substâncias inibidoras de crescimento, específicas para aquele foco molecular.
Nesses casos, são considerados aspectos da biologia do tumor, da interatividade do mesmo com o sistema imunológico do paciente, entre outros. O objetivo é melhorar a resposta imunológica.
Esse é um caminho para obter dados seguros sobre vários pontos, como a efetividade de uma droga no tratamento. Um remédio não age igualmente em todos. Tem gente que responde rápido, outros devagar, e para certos grupos o resultado é nulo. Aliás, há paciente que não possui enzimas para eliminar determinados quimioterápicos, sendo que os mesmos podem ser extremamente tóxicos. Enfim, uma coisa simples para uns pode complicar o quadro de outros.
Há quem questione a relação investimento-benefício da medicina personalizada. Para averiguar a sensibilidade aos quimioterápicos um teste seguro estaria na casa de R$ 1.500,00 para um determinado gene e podem ser necessários vários estudos. Obviamente o argumento de alto custo não resiste às evidências, especialmente sob o aspecto da humanização. Muitos maiores são os custos de dias e mais dias em uma UTI de ponta, sem falar no agravamento da saúde ou da morte de um paciente, desdobramentos que não têm preço.
Pleiteamos que convênios passem a cobrir a farmacogenômica de quimioterápicos; é um procedimento importante, pois diminui o risco de o paciente se intoxicar desnecessariamente. No Instituto Avanços também é protocolo testar a sensibilidade de um tumor a determinados quimioterápicos. Fazemos uma espécie de antibiograma para conhecer a reação. Existem proteínas que, quando ativadas no tumor, avisam se haverá ou não sensibilidade àquele medicamento. O paciente com toxicidade relevante a um quimioterápico o saberá logo após os exames, sendo poupado de tratamentos caros, inúteis e dolorosos sob todos os aspectos.
Hoje, já há exames que, realizados em câncer de mama inicial, por exemplo, evitam que a portadora se submeta à quimioterapia; e ainda indicam se a medicação pode complicar a evolução e a vida média. Portanto, são testes fundamentais. Esses, de fato, possuem custo mais elevado. Entretanto, se administrados em maior escala baratearão, criarão demanda, competitividade, diminuindo os valores e tornando-se mais acessíveis.
Vale lembrar que há dez anos uma injeção subcutânea para aumentar glóbulos brancos de uma pessoa submetida à quimioterapia era bem cara. Só que era indispensável para evitar septicemia. No fim das contas, poupava-se o paciente de uma infecção gravíssima, de uns 20 dias de UTI e do risco de morte. É o típico exemplo de custo eficiente, ou seja, de quando o remédio vale a pena.
A experiência do Instituto Avanços demonstra que dessa forma interna-se menos, as complicações diminuem, reduz-se a necessidade de sangue e as distorções nos exames sanguineos, opera-se somente o necessário; enfim, todo o processo tem maior controle e resolubilidade.
Se conseguirmos evidenciar isso ao sistema público e aos convênios, um passo essencial será treinar uma plataforma de rede molecular para o Brasil, com patologistas e biólogos que entendam de genética de câncer e desses testes mais modernos.
O Food and Drug Administration (FDA) já tem um setor de medicina personalizada para discutir regulação. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA ) exige placebo, estudos de fase três, etc. . Precisamos caminhar bastante na área da aprovação de medicamentos ou das indicações, pois muitas vezes alguns quimioterápicos antigos não recebem a aprovação para determinadas indicações, pois as patentes já expiraram e muitos convênios não cobrem aquele protocolo internacionalmente reconhecido, porque não consta na bula da Anvisa. Também exigem estudos de fase III versus placebo de grandes números, para tumores raros, onde estes estudos não existem, e negam tratamento a muitas pessoas que poderiam se beneficiar de tratamentos muitas vezes pouco tóxicos, seguros e baratos.
Para mudar esse quadro um bom início é o próprio paciente levar em conta que os tumores não são todos iguais. Ele deve criar demanda ao médico. Isso muda a perspectiva do sistema e até a da vida. Conheço um paciente com câncer de pulmão que recentemente começou a tomar uma medicação já liberada nos Estados Unidos e não aqui e está tendo a maior dificuldade para conseguir a medicação. Normalmente, o caso dele seria para seis meses de sobrevida. Ele, porém, vence sua batalha há quatro anos, tendo usado outras medicações em doses menores, com excelente qualidade de vida.
A humanização da medicina exige uma visão menos burocrática e gestão moderna. Faz muita diferença ao paciente com câncer que sua genômica seja adequadamente estudada. Isso, diga-se de passagem, vale para todas as patologias. Por exemplo, se você tiver determinados genes, um anticoagulante oral para trombose ou mesmo para certas arritmias cardíacas pode durar mais tempo no sangue, provocar sangramento e complicações graves. Remédios para o diabetes também não são iguais para todos; há um subtipo que dará supertoxicidade no fígado se houver aquela mutação. Veja o antibiótico e esse negócio de tomar de 12 em 12 horas: dependendo da farmacogenética, o correto pode ser de 8 em 8 horas, de 18 em 18 horas.
O que vai acontecer em um futuro não muito distante é que você levará um chip para o médico, que verificará, no computador, as adaptações das doses das drogas à sua genética; para qualquer doença.
Mas não precisamos esperar por isso para compreender o óbvio: a medicina personalizada já representa mais qualidade de vida. Também requer a reconstrução de paradigmas internos. Essa é a outra vertente importante, a relação do sistema imunológico do paciente ao tumor: não é só o remédio aplicado, mas o quanto a pessoa consegue coordenar o seu inconsciente, refazer a visão interna para poder enxergar melhor, combatendo um vírus que não está sendo visto ou um tumor que entrou em tolerância para o Sistema e não vai embora.
** Nise Yamaguchi, oncologista diretora do Instituto Avanços em Medicina e pesquisadora da FMUSP