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Gestão de Crônicos

por Fábio de Souza Abreu

 

Há dez anos, falar sobre gerenciamento preventivo de doentes representava uma tarefa complexa em qualquer círculo de conversa. Abordar este tema nos planos de saúde e nas empresas, então, seja em departamentos de RH ou em reuniões de diretoria, era muito difícil. No entanto, não só a mentalidade dos gestores mudou, como também os hábitos da população assistida em questão. Hoje, claramente podemos constatar que a prática de monitoramento de pessoas com doenças crônicas por parte das empresas e operadoras de saúde não é mais uma dúvida, e sim um fato que só tende a crescer.

Os pacientes crônicos respondem por 70% dos custos assistenciais, comprometendo a saúde financeira das operadoras. Portanto, gerenciar a saúde desses pacientes é prioridade para que diminuir o número de internações, por meio do controle da adesão à conduta médica, dos medicamentos e da mudança de hábitos de vida. Para as empresas, a gestão de crônicos evita absenteísmo e faltas ao trabalho. Para os planos de saúde, impede despesas desnecessárias, motivadas especialmente por passagens em prontos-socorros e hospitais. Porém, esta realidade poderia ser muito diferente. Um doente crônico pode levar uma vida normal, longe dos prontos-socorros e hospitais, se tiver a orientação e suporte necessário.

E a adoção do gerenciamento preventivo de doentes tem fundamento, uma vez que cerca de 40% da população brasileira – 57,4 milhões de pessoas – têm uma doença crônica, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, essas enfermidades atingem principalmente o sexo feminino (44,5%), 34,4 milhões de mulheres para 23 milhões de homens (33,4%).

Muitas doenças, crônicas ou não, estão relacionadas diretamente com o ambiente de trabalho. Outras poderiam ser evitadas com a simples adoção de novos hábitos de vida, tais como mudar a alimentação passando a ingerir mais frutas e verduras, deixar de fumar e ingerir bebidas alcoólicas, além de evitar o sedentarismo com a prática de atividades físicas. Tanto os planos de saúde como os empregadores sabem muito bem que a manutenção de hábitos ruins aumenta consideravelmente a chance de desenvolver uma doença crônica. Hoje, também sabem que o suporte individualizado de um profissional da saúde, que realmente conheça nosso histórico de saúde, faz toda a diferença no processo de mudança.

Implementar esse suporte especializado significa ter acesso a processos, metodologias, ferramentas e, principalmente, tecnologias que solucionem os desafios das organizações diante do atual cenário de saúde. Falamos de uma parcela substancial da população economicamente ativa, que, aliada à tendência de envelhecimento populacional, contribui para a explosão dos gastos da Previdência Social, com cifras acima de R$ 16 bilhões.

O custo para empresas fica em torno de R$ 41 bilhões no Brasil. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 48 milhões de pessoas têm cobertura de um plano de saúde suplementar privado no Brasil. Deste total, 63% (cerca de 30 milhões), são atendidos por planos coletivos empresariais, que compõem o pacote de benefícios oferecidos aos colaboradores, tornando as empresas as maiores pagadoras do sistema privado.

Tal quadro fez com que o peso da saúde sobre a folha de pagamento das empresas saltasse, em 20 anos, de 4% para 8%, chegando em alguns momentos a 12%. As empresas já se deram conta de que é preciso também olhar para dentro, observar a saúde de seus colaboradores. Grandes corporações brasileiras, entre elas Ambev, Citibank, Santander, Vivo e Whirpool, além de operadoras como Unimed, investem no gerenciamento preventivo de doentes como parte essencial da estratégia de negócios.

Ações de promoção e suporte não se limitam ao incentivo à participação em corridas ou à mobilização do time de recursos humanos. Por meio de consultoria e de um projeto estruturado  desenvolvido por uma empresa especializada, em sinergia com as áreas de gestão do plano de saúde, ou mesmo diretamente pela área responsável pela gestão de saúde das empresas contratantes, hoje é possível fazer o gerenciamento de pacientes de forma efetiva e com resultados mensuráveis. O programa é customizado ao grau de complexidade dos participantes e pode ser aplicado, inclusive, na população mais saudável. Caso contrário, parte das pessoas que compõem essa população se tornarão novos doentes crônicos, passando a fazer parte das estatísticas que contribuem para reduzir a produtividade e aumentar ainda mais o custo da assistência à saúde no Brasil.

* Fábio de Souza Abreu é diretor executivo da AxisMed, empresa especializada em gestão de saúde populacional

 

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