CREMESP proibe médicos de receberem incentivos da indústria farmacêutica
Em linha com a tendência nacional e mundial, os órgãos representativos de categorias profissionais enrijecem as normas éticas, buscando assim coibir abusos cometidos.
Motivado particularmente pelo recente escândalo da máfia das próteses, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) publicou em 05/02/15 resolução que proíbe médicos paulistas a prescrever medicamentos, órteses, próteses e outros materiais como contrapartida de gratificações da indústria.
A resolução também determina que o médico referência em sua área de atuação, contratado na condição de consultor ou divulgador das empresas farmacêuticas ou de órteses e próteses deverá informar por escrito ao Cremesp o tempo em que atuará nessa condição e o nome da empresa em que prestará serviço.
Os médicos estão vetados de permitir a entrada na sala cirúrgica de representantes das empresas –exceto quando em função exclusivamente técnica e sem acesso ao campo cirúrgico.
O documento também responsabiliza os diretores técnicos e clínicos de hospitais caso haja má utilização das órteses e próteses.
Para o Cremesp, a relação de médicos e hospitais com a indústria de medicamentos, órteses, próteses e materiais “ultrapassou os limites éticos, bioéticos e sociais da boa prática da medicina”.
Entre as justificativas da nova resolução estão evidências científicas de que a relação entre médicos e indústria pode influenciar, de forma negativa, as prescrições de medicamentos e as decisões sobre tratamento.